Sem conseguirem contactar os seus familiares em Moçambique, muitos portugueses preocupados começaram procuraram canais alternativos para obter informação. Um desses canais foi a plataforma Vost, uma iniciativa de um grupo de voluntários que usa as redes sociais para reunir informação em casos de “fenómenos meteorológicos adversos ou catástrofes naturais”, como se pode ler no seu site.
“Começámos a gritar três quatro dias antes que ia acontecer uma desgraça e ninguém nos ligou nenhuma”, contou ao i Jorge Miguel Gomes, um dos coordenadores do projeto Vost. Já não é a primeira vez que os apelos da plataforma são ignorados, tendo já ocorrido noutros desastres naturais, como foi o caso do furacão Leslie.
O coordenador explicou que a Vost criou um formulário no dia 14, onde familiares e amigos dos portugueses residentes da Beira podiam comunicar casos de pessoas incontactáveis e pedir o auxilio. A grande maioria dos pedidos foram submetidos logo no dia 14, 15 e 18, cerca de 40 contactos. A cada dia que passou, alguns incontactáveis acabaram por dar notícias da sua situação e paradeiro e saíram da lista. Sobraram 30 portugueses incontactáveis, tendo sido criado um mapa com as suas últimas localizações conhecidas e divulgado nas redes sociais pelo Vost.
“Assim que abrimos o formulário, a primeira coisa que fizemos foi enviá-lo a várias entidades”, diz Jorge Miguel Gomes. Entre as entidades contactadas está a embaixada portuguesa em Maputo e o Consulado Português na Beira, a que juntam a Proteção Civil Moçambicana e a Cruz Vermelha Internacional. Garantem que a informação foi também enviada nos últimos dias para o gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
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