A antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite não viu com bons olhos a presença de milhares de jovens nas ruas em Portugal, mas também noutros países, que fizeram greve às aulas, na sexta-feira passada, como forma de protesto, exigindo dos políticos medidas que ajudem a travar as alterações climáticas.
A ação dos jovens pelo mundo fora, em particular em Portugal, foi algo “quase impensável”, disse Ferreira Leite, na quarta-feira à noite na TVI, acrescentando que foi “um exemplo deseducativo e lastimável”. “Deve ter sido divertidíssimo, foram para rua, gritar e pular", sublinhou.
Para a comentadora, aquela forma de protesto serviu para perpetuar a “ideia que existe um problema que não é deles” e que “haverá alguém que deve resolvê-los e por isso eles vão protestar para chamar a atenção para que alguém os resolva”.
Na sua opinião, uma chamada de atenção seria mais eficaz se os jovens percebessem que a solução não é “reclamar contra alguém”, mas sim que os mais novos “resolvessem este problema”. “Tinha de se lhes dizer ‘vocês são atores’, todos nós somos, do que se está a passar. Todos nós temos uma quota de responsabilidade no que se está a passar”, defendeu.
A antiga líder social-democrata preferia que os jovens tivessem ido limpar o lixo nas praias, ou assistirem ou promoverem um debate com os professores sobre quais os comportamentos a adotar ou até mesmo estarem sensibilizados para diminuir o consumo de água em casa, como gastar menos tempo no banho.
Ferreira Leite fez ainda questão de lembrar que “estamos até perante a geração do automóvel” e que “as crianças praticamente só sabem andar de automóvel”, e esse facto sim poderá ser trabalhado, melhorando o impacto que as atividades quotidianas têm no ambiente, e consequentemente no fenómeno das alterações climáticas.