Num recuo de última hora, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou na imposição de sanções a duas empresas de transporte chinesas que alegadamente ajudavam a Coreia do Norte a contornar as sanções internacionais. As sanções foram ontem anunciadas pelo Departamento do Tesouro, liderado por Steve Mnuchin.
"Foi anunciado hoje pelo Departamento de Tesouro que sanções adicionais em larga escala seriam adicionadas às já existentes contra a Coreia do Norte", disse Trump, acrescentand: "Ordenei hoje a retirada dessas sanções adicionais".
Trump fez confusão com o dia da imposição das sanções e confundiu os jornalistas, que num primeiro momento não sabiam ao que se estava a referir. Questionada pelos jornalistas sobre mais pormenores, a porta-voz de Trump, Sarah Sanders, limitou-se a dizer que o "presidente Trump gosta do presidente Kim e não acha que estas sanções sejam necessárias".
Há oito meses que as negociações entre Washington e Pyongyang sobre a desnuclearização da Coreia do Norte se encontram bloqueadas e a segunda cimeira entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, resultou num falhanço, com o líder norte-americano a abandoná-la de surpresa.
No centro do bloqueio estão as leituras distintas que ambos os lados fazem da declaração assinada entre Trump e Kim na primeira cimeira, em Singapura, no ano passado. Para a Coreia do Norte a desnuclearização apenas é possível depois de Washington dar passos concretos no levantamento das sanções e ao comprometer-se a não colocar armas nucleares em território sul-coreano. Kim quer a desnuclearização total da Península da Coreia e não apenas a do seu regime. Por sua vez, Washington quer a desnuclearização total de imediato e só depois está disponível para levantar as sanções internacionais.