Desde 30 de março de 2018, as manifestações contra o bloqueio israelita, denominadas por “Grande Marcha de Retorno”, organizadas em Gaza, junto à fronteira com Israel, um local fortemente guardado pelo exército daquele país, já provocaram a morte de 40 crianças.
Os manifestantes palestinianos protestam não só contra o bloqueio israelita, como também pelo retorno dos refugiados palestinianos, expulsos ou que abandonaram as suas terras, à data da criação do Estado de Israel, em 1948.
"Durante os últimos doze meses, cerca de 40 crianças foram mortas durante as manifestações", afirmou o diretor regional da UNICEF para o Médio Oriente e Norte de África, Geert Cappelaere, de acordo com um comunicado emitido pela ONU, segundo avança a Lusa.
"Segundo as autoridades, cerca de 3.000 pessoas foram hospitalizadas por ferimentos, muitos dos quais provocaram situações de invalidez para toda a vida", acrescentou ainda Geert Cappelaere, a propósito do balanço a dois dias do primeiro aniversário que assinala as manifestações.
O exército israelita, que já viu dois dos seus soldados perderem a vida desde o início destas manifestações, alega que está apenas a defender a sua fronteira e o seu território.
Além das tensões existentes perto da fronteira entre Israel e Gaza, a região tem registado uma escalada de violência nos últimos meses. Recorde-se que o episódio mais recente aconteceu há apenas alguns dias. Após o disparo de um foguete de Gaza, uma casa foi atingida em Telavive e provocou sete feridos ligeiros, nos quais se incluem três crianças.
"Lembramos a todas as partes a responsabilidade de sempre dar prioridade à proteção da vida, saúde e bem-estar das crianças", declarou ainda Cappelaere.