A Coligação Basta! terá como cabeça-de-lista André Ventura, ex- autarca de Loures, e convidou dois dirigentes sindicais da PSP para integrar a lista às eleições europeias de 26 de maio.
O presidente do Sindicato Unificado da Polícia, Peixoto Rodrigues, confirmou o convite através de uma nota na rede social Facebook, onde refere que teve um parecer favorável da Comissão Nacional de Eleições. Ora, existem imposições legais impostas às forças de segurança para a atividade partidária. Segundo o próprio dirigente sindical,a candidatura será na condição de independente, ao lado de Pedro Magrinho, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos da Polícia.
Para Peixoto Rodrigues “foi uma decisão muito ponderada, corajosa, com riscos calculados”. De realçar que a Lei dos Partidos diz, no seu artigo 21.º que “os agentes dos serviços ou das forças de segurança em serviço efetivo” não podem estar filiados em partidos políticos.
O Tribunal Constitucional só deu luz verde à coligação Basta! no passado dia 12 de abril. A coligação é composta pelo PPM e pelo PPV/CDC, tendo o apoio do movimento Democracia 21 e do partido ( em formação) Chega, fundador por André Ventura.
Entretanto, já surgiu a primeira reação ao convite de André Ventura dirigido aos dois sindicalistas. Mamadou Ba, dirigente da SOS Racismo, escreveu este domingo no Facebook: "Foi noticiado que no próximo ciclo eleitoral, o presidente do Sindicato Unificado da Polícia, Peixoto Rodrigues, e o presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Polícia, Pedro Magrinho vão juntar-se ao André Ventura, o nosso aspirante a protagonista principal do bolsotrumpismo tuga".
O dirigente do SOS Racismo recorda ainda que no ano passado, fez um post a "denunciar a proximidade entre António Ramos, um antigo dirigente sindical da PSP e o grupelho nazi-fascista do PNR. No mês de abril do mesmo ano, António Ramos seria uma das figuras convidadas aos estados gerais do PNR. Portanto, não representa nenhuma surpresa esta notícia, pese embora seja uma enorme afronta para quem preza a higiene democrática".