O Tribunal Penal Internacional não vai investigar os alegados crimes de guerra e contra a humanidade cometidos pelas tropas norte-americanas no Afeganistão. O TPI disse ser “extremamente difícil avaliar as perspetivas de cooperação significativa das autoridades relevantes”, tanto em “relação à investigação” como de “entrega de suspeitos”. O Presidente norte-americano, Donald Trump, elogiou o recuo do tribunal e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, congratulou Trump.
“Eles estão a implicar com os Estados Unidos e Israel, duas democracias, que além disso não são membros do tribunal internacional, mas não há qualquer dúvida de que temos os melhores sistemas judiciais no mundo”, pode ler-se num comunicado do líder israelita.
O recuo do TPI, sediado em Haia, na Holanda, perante os Estados Unidos é também benéfico para Israel, visto também poder ser alvo de investigações por alegados crimes de guerra e contra a humanidade cometidos por soldados israelitas contra palestinianos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. “É absurdo que o Tribunal Penal Internacional processe soldados norte-americanos ou israelitas”, disse Netanyahu, que na semana passada venceu as eleições legislativas e está em vias de formar um novo governo.
O líder israelita foi recentemente confrontado com um relatório das Nações Unidas que sugere que atiradores furtivos israelitas dispararam propositadamente contra crianças, profissionais de saúde e jornalistas durante o protesto da Grande Marcha palestiniana.
“Soldados israelitas cometeram violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional. Algumas dessas violações podem constituir crimes de guerra ou crimes contra a humanidade”, afirmou Santiago Canton, presidente da comissão independente das Nações Unidas aos protestos nos territórios palestinianos ocupados. O inquérito foi instituído pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e podem servir de base legal para uma investigação do Tribunal Penal Internacional.