A crise dos combustíveis é um dos temas em discussão no Parlamento no debate quinzenal. Primeiro foi o PSD, depois o Bloco de Esquerda também fez uma referência ao problema, e o CDS insistiu, sobretudo, nos efeitos que a greve de motoristas de transportes de materiais perigosos pode ter, também, no abastecimento alimentar, ainda que forma indireta.
O primeiro-ministro, António Costa, assegurou esta quarta-feira que o "Governo tudo fará para que este conflito seja ultrapassado, assegurando o respeito de todos, os direitos essenciais de cada um dos portugueses". A frase foi proferida na troca de argumentos com a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, num debate que voltou a ser crispado entre a líder do CDS e António Costa.
Assunção Cristas fez várias perguntas ao primeiro-ministro, acusando-o de "ir atrás do prejuízo" ou de não conseguir responder à questão sobre se as forças de segurança acautelaram as condições dos motoristas que pretendiam trabalhar e não aderir à greve. O primeiro-ministro assegurou que as forças de segurança cumpriram a lei e tomaram as medidas necessárias para tudo o que foi pedido. Costa pediu ainda que todos "tenham o bom senso de perceber o que está em causa para o País", num conflito de privados, entre patrões e motoristas. Por fim, contestou quem faz o discurso ou a promoção de "alarmismos" , bem como de"corridas injustificadas aos postos de abastecimento".
Antes, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, lembrou que "a revolta de muitos trabalhadores tem batido contra a legislação laboral que retirou poder aos sindicatos". Ou seja, usou o tema dos combustíveis para falar sobre revisão das leis laborais que está no Parlamento.
Mais tarde, Jerónimo de Sousa, líder do PCP, deixou alertas contra "os que usam, a pretexto desta greve", argumentos para colocar em causa o direito à greve. Costa ouviu e disse que não se deve seguir a estratégia de "dramatização".
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