António Costa afirmou esta semana no Parlamento que «serão adoptadas» as «medidas de mitigação» previstas nas conclusões do estudo de impacte ambiental da ANA – Aeroportos de Portugal de forma a que o novo aeroporto fique no Montijo.
Tal como o SOLavançou na semana passada, nem o Governo nem a concessionária Vinci admitem deixar cair o Montijo como solução complementar ao aeroporto da Portela. E se o estudo de impacte ambiental apontou problemas na construção do aeroporto no Montijo, sobretudo em termos de ruído para as populações e de riscos para espécies de aves, tal como o SOL apurou, a alternativa que resta é adoptar «as medidas de mitigação» desses problemas.
António Costa voltou a frisar no Parlamento que «não há solução B», considerando que este não é o tempo da decisão política e sim da avaliação técnica.
Em resposta ao deputado André Silva, do PAN (Partido-Animais-Natureza), que defende a solução de Beja, Costa repetiu que «a melhor solução possível é a combinação de otimização da Portela com um segundo aeroporto no Montijo». Foi então que o líder do Executivo disse que «não seguindo a solução» do Montijo que o único plano que pode existir será o A, «que é voltar atrás e fazer em Alcochete», afastando todas as outras alternativas que têm vindo a ser sugeridas, como Alverca, Monte Real ou Beja.
Um dia antes, também no Parlamento, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, já tinha dito que caso o novo aeroporto do Montijo fosse ‘chumbado’ pelo estudo de impacte ambiental teria de ser escolhida uma nova localização. «Se, de facto, não passar na avaliação de impacte ambiental, não passará (…). Não passará e, portanto, terá que ser, obviamente, encontrada e escolhida uma outra localização», disse Matos Fernandes durante a audição na Comissão do Ambiente. Mas, tal como António Costa, o ministro defende que o Montijo «é o que causa menos impacte».
Estudo nas maõs da APA
Tal como avançou o SOL na semana passada, o estudo da ANA foi concluído na última sexta-feira tendo sido entregue à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que está agora a analisar o documento.
A 8 de janeiro a ANA e o Estado firmaram um acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento previsto na ordem dos 1,15 milhões de euros até 2028. Neste projeto estava incluída a extensão da atual estrutura do aeroporto Humberto Delgado e a transformação da base aérea do Mintijo.
O anúncio do acordo foi feito mesmo antes das conclusões do estudo de impacte ambiental sendo que a 25 de julho a APA solicitou à ANA o aprofundamento do estudo.
Nessa altura, o então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, garantiu que o Governo iria cumprir com eventuais mitigações que constariam do estudo.