O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou esta quinta-feira de manhã que o Brasil não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay". Por outro lado, garantiu que quem “quiser vir até aqui e ter sexo com uma mulher” é muito bem-vindo.
As declarações de Bolsonaro, feitas durante um pequeno-almoço com jornalistas, foram citadas em órgãos brasileiros como a revista digital Crusoé ou o site O Antagonista.
Diz quem lá esteve que o chefe de Estado brasileiro justificou a afirmação dizendo apenas: “Temos famílias”.
A frase de Bolsonaro, assim que foi publicada, causou indiganação de muitos, em especial da comunidade LGBT do país.
O vereador do Rio de Janeiro David Miranda não poupou críticas a Bolsonaro. “Isto não é um chefe de Estado, isto é uma vergonha nacional”, disse em entrevista ao The Guardian.
Para o vereador as palavras do Presidente promovem a exploração sexual das mulheres brasileiras. “Ele está a manchar a imagem do nosso país de todas as formas imagináveis”, acrescentou.
Um professor de Direito da Universidade Federal de São Paulo também não quis deixar a frase por comentar. Renan Quinalha chega mesmo a acusar Bolsonaro de ser “conservador moralmente e burro economicamente”.
A declaração de Bolsonaro sobre familia e turismo gays é desastrosa para os direitos humanos e para a imagem internacional do Brasil. Ela autoriza a violência, já alarmante, contra LGBTs, ao não reconhecer outras formas de famílias que hoje são asseguradas por decisões do STF 👇
— Renan Quinalha (@RenanQuinalha) April 26, 2019
Para Jean Wyllys, o primeiro deputado federal assumidamente homossexual – reeleito pelo PSOL pela terceira vez – mas que renunciou ao mandato para prosseguir uma carreira académica no estrangeiro, parece ter ficado menos chocado.
“Com essa declaração infeliz, com esse gesto infeliz contra a comunidade LGBT, Bolsonaro está apenas sendo Bolsonaro”.
O que significam as novas ofensas perpetradas por Jair Bolsonaro à comunidade LGBTQ+ brasileira, e o uso que ele fez, mais uma vez, do “kit gay” (mentira que inventou em 2001) para explicar as resistências à sua presença em Nova York. pic.twitter.com/ubNxBTQ64L
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) April 25, 2019