“Brasil não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay”

Jean Wyllys diz que declarações do Presidente brasileiro são apenas “Bolsonaro sendo Bolsonaro”

“Brasil não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay”

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou esta quinta-feira de manhã que o Brasil não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay". Por outro lado, garantiu que quem “quiser vir até aqui e ter sexo com uma mulher” é muito bem-vindo.

As declarações de Bolsonaro, feitas durante um pequeno-almoço com jornalistas, foram citadas em órgãos brasileiros como a revista digital Crusoé ou o site O Antagonista.

Diz quem lá esteve que o chefe de Estado brasileiro justificou a afirmação dizendo apenas: “Temos famílias”.

A frase de Bolsonaro, assim que foi publicada, causou indiganação de muitos, em especial da comunidade LGBT do país.

O vereador do Rio de Janeiro David Miranda não poupou críticas a Bolsonaro. “Isto não é um chefe de Estado, isto é uma vergonha nacional”, disse em entrevista ao The Guardian.

Para o vereador as palavras do Presidente promovem a exploração sexual das mulheres brasileiras. “Ele está a manchar a imagem do nosso país de todas as formas imagináveis”, acrescentou.

Um professor de Direito da Universidade Federal de São Paulo também não quis deixar a frase por comentar. Renan Quinalha chega mesmo a acusar Bolsonaro de ser “conservador moralmente e burro economicamente”.

 

Para Jean Wyllys, o primeiro deputado federal assumidamente homossexual – reeleito pelo PSOL pela terceira vez – mas que renunciou ao mandato para prosseguir uma carreira académica no estrangeiro, parece ter ficado menos chocado.

“Com essa declaração infeliz, com esse gesto infeliz contra a comunidade LGBT, Bolsonaro está apenas sendo Bolsonaro”.