Carla Salomé Rocha foi este domingo oitava classificada na maratona de Londres, com 2:24,47 horas. À primeira vista este resultado pode passar despercebido, dentro daqueles típicos títulos ‘atleta portuguesa no top-10 na maratona de Londres’. A grande questão é, por isso, os vários significados que este resultado da atleta do Sporting tem. Desde logo a maratonista portuguesa alcançou os mínimos para os Jogos Olímpicos de 2020, a realizar em Tóquio. Um presente para a corredora que completou 29 anos no passado dia 25 de abril, e que se tornou a quinta atleta com mínimos para Tóquio, juntando-se aos nadadores Gabriel Lopes e Alexis Santos, ambos nos 200 metros estilos, Diana Durães (1.500 metros livres) e Ana Catarina Monteiro (200 mariposa).
Mais: com a classificação obtida, a atleta natural de Vizela também assegurou uma vaga no Campeonato do Mundo de atletismo, que se irá realizar entre 27 de setembro e 6 de outubro, em Doha, no Qatar.
“É uma marca que me permite ir aos Mundiais e a qualificação para os JO de Tóquio. Agora é aguardar e espero que a marca seja suficiente como é lógico estamos num país de grandes atletas, principalmente de grandes maratonistas, e agora é continuar a trabalhar e a cimentar este resultado”, disse ao i Carla Salomé Rocha.
Diga-se, ainda, que a marca de 2:24,47 horas trata-se de um novo recorde pessoal para a atleta do Sporting, um registo que a deixa como terceira melhor portuguesa de sempre, apenas atrás de Rosa Mota (2:23.29) e Jessica Augusto (2:24.25).
“Claro que me sinto satisfeita, é sinal que o trabalho foi bem feito. O objetivo era precisamente esse, bater o recorde pessoal que estava nas 2h25m27s, acabou por acontecer e estamos bastante satisfeitos, eu, os meus treinadores e o grupo de treino”, explicou.
De Vizela ao Rio2016 Carla Salomé Rocha iniciou a sua carreira de atleta no Futebol Clube de Vizela, onde nunca deixou de treinar. “Nunca deixei de treinar em Vizela, os meus treinadores são os mesmos de há doze anos. Trabalho com eles desde então, são sempre os mesmos”, recordou. No final do ano de 2010 transferiu-se para o JOMA, clube que representou apenas durante uma temporada, antes de se mudar para o Sporting.
Já em 2014 mudou-se para o Benfica e foi durante a passagem pelos encarnados que marcou presença nos Jogos do Rio’2016, nos 10.000 metros. Em outubro de 2017 regressou ao Sporting. “São opções. Fizeram-me uma boa proposta e o projeto na altura era aliciante. Depois o Sporting mostrou-me um projeto muito aliciante e ingressei novamente no SCP”, resumiu.
A curto prazo as prioridades estão definidas: recuperar e fazer as provas do clube leonino. “O próximo passo é mesmo a recuperação desta maratona e posteriormente eu e o meu treinador havemos de falar, mas talvez fazer uma prova de 10.000 [metros] e essencialmente fazer as provas do clube. Eu estou no Sporting e poderão necessitar de mim para a Taça dos Clubes Campeões Europeus, o principal é correr pelo clube”, sentenciou.