Perante a falta de apoio entre as forças armadas venezuelanas, o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, apelou aos seus apoiantes para manterem a pressão nas ruas, garantindo que a queda do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, está “ao virar da esquina”. Numa tentativa de apelar aos trabalhadores, a tradicional base eleitoral chavista, Guaidó apelou a “greves graduais”, “até conseguir uma greve geral”. Contudo, não fez circular nenhuma informação sobre como serão levadas a cabo estas ações, contrariamente a mobilizações anteriores. Aliás, até à hora de fecho desta edição, o presidente da Assembleia Nacional já não dizia nada desde esta quarta-feira.
Quem se tem desdobrado em aparições públicas é Maduro, que esta quinta-feira encabeçou uma marcha a partir do forte de Tinua, em Caracas, junto com o ministro da Defesa, Vladimir Padrino e cerca de 4500 efetivos militares. O Presidente venezuelanos quer assim mostrar que as forças armadas continuam “unidas, coesas e subordinadas ao seu mandato constitucional”, apesar dos apelos à insurreição feitos por Guaidó.
Maduro poderá vir a precisar do exército ainda mais do que já precisa, caso os Estados Unidos e os seus aliados respondam ao apelo do Supremo Tribunal reconhecido pela oposição. O Presidente do organismo, Miguel Angel Martin, sediado no estrangeiro, apelou ontem no Twitter à intervenção de “uma coligação militar em missão de paz”. Algo o executivo do Presidente norte-americano, Donald Trump, já ameaça há alguns meses.
Enquanto isso, a casa de Leopoldo López, o mentor político do autoproclamado Presidente, terá sido assaltada, por agentes que entraram “como delinquentes”, “sem ordem judicial”, enquanto López se refugiava na embaixada de Espanha, segundo uma denúncia da sua mulher, Lilian Tintori. “Não sabemos qual era a intenção, já que sabiam que o Leopoldo, eu e os nossos filhos não estávamos presentes”, escreveu Tintori no Twitter, acrescentando: “Se procuravam amedrontar-nos, aqui continuamos de pé e firmes”.