Um juiz do Supremo Tribunal indiano, Ranjan Gogoi, viu uma queixa de assédio sexual contra si ser arquivada por um coletivo de juízes. A decisão levou a que dúzias de manifestantes se reunissem à porta do Supremo Tribunal indiano, em Nova Deli, em protesto, empunhando cartazes a exigir uma nova e imparcial investigação.
Gogoi negou a acusação, denunciando, por sua vez, todo o caso de ser uma conspiração para fragilizar o sistema judicial indiano. Todavia, não adiantou mais pormenores.
Uma antiga assistente jurídica acusou Gogoi de ter, no ano passado, feito avanços sexuais indesejados, interpondo uma queixa contra o juiz. O caso ganhou destaque nacional por envolver uma alta figura do sistema judicial indiano no seguimento do movimento internacional #metoo.
Todavia, o protesto foi rapidamente dispersado por dúzias de agentes da polícia paramilitar e camiões com canhões de água. Alguns dos manifestantes chegaram inclusive a ser detidos pelas autoridades.
"Não pudemos protestar nem por cinco minutos!", disse a advogada Amritananda Chakravorty no Twitter. Uma jornalista, Gaurav Sarkar, denunciou ainda ter sido "silenciada" pelas autoridades enquanto cobria o protesto.
"Este caso expôs a necessidade urgente de processos justos, transparentes e proporcionais", pode ler-se num comunicado emitido por 350 ativistas dos direitos das mulheres, citado pela Reuters. "O que está em causa não são apenas os direitos das mulheres, mas também a credibilidade do Supremo Tribunal", alerta o documento.