A reunião entre Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e a Associação Nacional de Transportes Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) terminou esta terça feira com uma certeza: “já há pré-acordo”.
Ao i, Pedro Pardal Henriques, vice-presidente do SNMMP, disse que a discussão “correu muito bem” e que “superou as expectativas”, tendo em conta o desfecho da última reunião. Segundo o vice-presidente do sindicato, os motoristas, “em principio, em janeiro de 2020 estarão a fazer descontos sobre os 1400 euros, em 2021 sobre os 1550 euros, e em 2022 sobre 1790 euros”.
Desde o início das reivindicações que os salários são motivo de protesto. De acordo com o SNMMP, os motoristas de matérias perigosas recebem 630 euros de remuneração.
Este avanço permite “um prazo de paz social até ao final do mês” – altura em que se realiza a próxima reunião entre as duas estruturas. Questionado sobre a possibilidade de uma nova greve no final do mês, depois da próxima reunião, o representante dos motoristas de matérias perigosas referiu essa hipótese, dizendo aos jornalistas no final da reunião que “existem outras formas de protesto”. Também a criação de uma categoria profissional própria foi discutida e, segundo o sindicato, será para avançar.
Ao contrário do que aconteceu esta terça-feira, a primeira reunião – realizada na semana passada – ficou marcada pelo impasse. O SNMMP queria uma palavra de avanço dos patrões, mas a ANTRAM não ia preparada para negociar e quis mais tempo para analisar as propostas dos motoristas de matérias perigosas.
Nessa reunião, o sindicato garantiu que “as propostas são do conhecimento público” e, concluiu que os patrões andaram “a brincar” durante o período em que terminou a greve e começaram as negociações. O Governo, que serve de mediador nas reuniões, pediu calma ao sindicato e não deixou que as negociações ficassem por ali.
Negociações em cima da mesa
Os trabalhadores que fizeram greve no mês passado, pedem uma remuneração de bem acima da atual – pretendem passar dos 630 euros para os 1200 euros mensais.
Além disso, a redução da idade para pedir a reforma e o subsídio de operação de matérias perigosas – de 240 euros -, estão também em cima da mesa. São estes os pontos que constam na proposta de acordo coletivo apresentada formalmente na semana passada à ANTRAM.
E, recorde-se, alcançar um novo acordo coletivo surge na sequência da insatisfação dos trabalhadores face ao acordo coletivo assinado em setembro entre a Federação dos Sindicatos de Transporte e Comunicação (FECTRANS) e a ANTRAM – motivo que acelerou a concretização da greve.
O novo acordo coletivo assinado no ano passado foi também o motor para a criação do SNNMP que, antes de setembro, era uma associação. A discórdia que se gerou levou os motoristas a sindicalizarem-se no SNMMP – sindicato que hoje, com sete meses de existência, conta com cerca de 900 filiados.