Foram libertadas quase 900 crianças que integravam as milícias que combatem o Boko Haram, o grupo extremista islâmico que tem aterrorizado a Nigéria. Boa parte dos 788 meninos e 106 meninas libertados esta sexta-feira tinham sido usados como crianças-soldados pela Força Operativa Civil Conjunta (CJTF), segundo a o Fundo das Nações Unidas para as Crianças (Unicef). O CJTF é uma milícia que ajuda o exército a combater contras os extremistas islâmicos, tendo recrutado cerca de 3500 crianças no nordeste do país entre 2013 e 2017 – muitas dos quais acabaram mutiladas, violadas ou assassinadas.
"As crianças do nordeste da Nigéria são as mais afetadas por este conflito", afirmou em comunicado Mohamed Fall, representante da Unicef no país, que acrescenta que a participação das crianças no conflito "teve implicações sérias para o seu bem-estar físico e emocional". "Nem uma só criança nas fileiras dos grupos armados da Nigéria", exige o representante da Unicef. Mais de 230 milhões de menores vivem em zonas de guerra por todo o mundo, e mais de 250 mil deles são forçados a combater como soldados, segundo os dados de várias organizações não-governamentais.