O relatório de contas da CP –Comboios de Portugal para o ano de 2018 mostra que as greves foram responsáveis por grande parte dos cancelamentos de partidas.
Segundo o documento, divulgado na sexta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), cerca de 71% dos cancelamentos ocorreram na sequência de greves na Infraestruturas de Portugal (IP) e na CP. A operadora ferroviária uso este dado para justificar a diminuição da oferta no ano passado face a 2017.
“Em 2018, a oferta da CP avaliada em comboios por quilómetro foi de 28 531 milhares de CK, valor 2% inferior ao registado no ano anterior”, refere o relatório. Tal aconteceu devido “a diversas ocorrências que afetaram a regularidade de serviço prestado em 2018”. As greves foram as que mais impacto tiveram nesta variação.
Mas não foram só os protestos dos trabalhadores que ditaram esta descida: a “elevada taxa de indisponibilidade de material circulante de tração diesel, que originou supressões, designadamente, nas Linhas do Oeste, Alentejo e Algarve”, lê-se no relatório de contas da empresa liderada por Carlos Nogueira. O documento destaca ainda “os descarrilamentos nas Linhas da Beira Alta, Norte e Douro”, fator que também influenciou o número de cancelamentos.
“O índice global de regularidade da CP situou-se nos 97%, valor inferior ao verificado no ano anterior em 2,2 pontos percentuais”, diz o relatório.
Em 2018, a CP transportou mais de 126 milhões de passageiros. Este número corresponde a um aumento de 3,5% face ao ano anterior. Ou seja, houve um acréscimo de cerca de 4,2 milhões de passageiros transportados.
A maior parte dos passageiros (mais de 87 milhões) utilizaram os serviços urbanos de Lisboa. Houve ainda mais de 21 milhões a usarem os serviços urbanos do Porto, mais de seis milhões nos serviços de longo curso e mais dez milhões nos serviços regionais. Este tráfego traduziu-se num proveito de 259 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 9,1 milhões de euros (mais 3,7%) em relação a 2017.