Boxe. Beijo indesejado custa 2200 euros e aulas de prevenção contra assédio sexual

Kubrat Pulev garante que a jornalista beijada apreciou o seu gesto e defende-se com as leis da Califórnia, que diz não classificarem um beijo como assédio

Kubrat Pulev, lutador de boxe búlgaro que em março, após um combate, beijou a jornalista que o entrevistava, viu ser-lhe aplicada pela Comissão Atlética da Califórnia (CSAC) uma multa de 2500 dólares (2200 euros), a máxima possível, além de uma suspensão de quatro meses e da obrigação de frequentar aulas de prevenção contra o assédio sexual.

O beijo, como é facilmente percetível no vídeo abaixo, surgiu completamente de surpresa, com a repórter da "Vegas Sports Daily", Jennifer Ravallo, a ficar desconcertada com o episódio – embora até tenha reagido com um "Obrigado" e aparentemente bem disposta.

Veja aqui o momento:

 

 

"Queremos que este episódio sirva para ele aprender alguma coisa, em vez de lhe tirarmos a possibilidade de continuar a ganhar a vida como lutador", realçou Martha Shen-Urquidez, da CSAC. Refira-se ainda que, caso não aceite frequentar a formação, Pulev será multado em mais 2500 dólares e suspenso por mais 12 meses.

O lutador búlgaro, entretanto, reagiu nas redes sociais. Pulev garante que a repórter retribuiu o beijo e ainda colocou o vídeo nas redes sociais, acompanhado de legendas de celebração do momento… até fazer queixa do lutador por assédio sexual no dia seguinte. No depoimento prestado à CSAC, Pulev foi ainda mais longe, garantindo que, no dia anterior à luta, Ravallo tinha procurado vários momentos de intimidade consigo e que podia prová-lo com as gravações das câmaras na entrada do hotel – a repórter optou por não responder à maioria das perguntas.

"A senhora Ravallo disse coisas que não respondem a verdade. As palavras dela chegaram a provocar risos nas pessoas que testemunharam o seu comportamento. No entanto, aceito a decisão da comissão. Eu trato o júri com respeito. O que estou a passar neste momento faz parte da estrada que tenho de percorrer", referiu Pulev, lembrando ainda que, de acordo com as leis do Estado da Califórnia, um beijo por si só não é um ato de assédio sexual.