O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) determinou, esta sexta-feira, a abertura de um inquérito interno. Em causa está uma reportagem da TVI que revela suspeitas de crimes como favorecimento pessoal, corrupção ou gestão danosa.
De acordo com um comunicado da instituição, citado pela agência Lusa, já foi formalmente pedido à ministra da Saúde "a intervenção da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e, se assim for entendido, também do Ministério Público".
"Em função das alegadas suspeições que recaem sobre o INEM e de modo a que possam ser apuradas todas as circunstâncias relacionadas com as situações reportadas, por entidade externa ao Instituto e com as necessárias competências inspetivas, sem prejuízo de outras medidas que venham a ser tomadas, nomeadamente a instauração de processo de inquérito interno já determinada, o Conselho Diretivo do INEM solicitou já formalmente" à ministra a intervenção destas entidades", refere a mesma nota.
“A TVI teve acesso a documentos internos que mostram que estão a ser gastos milhões em horas extra, com escalas de 24 sob 24 horas, dias consecutivos sem pausas e em dois sítios ao mesmo tempo. Há também pagamentos e ajudas de custo para viagens fantasma, podendo mesmo comprometer o socorro prestado pelo 112”, refere a estação televisiva, que acrescenta ainda que o presidente do INEM não aceitou responder a qualquer questão.
O INEM explica que um jornalista da TVI solicitou uma entrevista ao presidente do conselho diretivo do INEM sobre "a gestão de recursos humanos no INEM, nomeadamente recurso a horas extraordinárias, turnos consecutivos de mais de 24 horas e ajudas de custo em deslocações". No dia seguinte, a instituição respondeu pela mesma via, através de email, para informar que estava "naturalmente disponível para colaborar, respondendo por escrito a todas as questões".
De acordo com o INEM, o pedido foi recusado pelo jornalista, que afirmou que uma resposta escrita é incompatível com o trabalho, já que se tratava de uma reportagem televisiva.
"Importa também deixar claro que, contrariamente ao referido pelo jornalista, o INEM não impediu os seus trabalhadores de, a título individual e se assim o decidissem, serem entrevistados pela TVI", esclarece ainda o comunicado do INEM.