São 26 os títulos anexados ao currículo de Pep Guardiola, que celebrou no ano passado 10 anos de carreira enquanto treinador. É por muitos considerado o técnico do planeta e não é razão para menos olhando ao percurso do catalão, que tem sempre um ponto em comum nas passagens pelos três clubes que orientou: o selo de sucesso. No fim de semana passado, Guardiola voltou a estar no centro das atenções após ter guiado o Manchester City ao primeiro bicampeonato da história do clube, onde aterrou em julho de 2016. O técnico de 48 anos foi entretanto distinguido como o treinador do ano em Inglaterra, tornando-se o terceiro técnico da liga inglesa a receber o galardão duas vezes seguidas, depois do escocês Alex Ferguson e do português José Mourinho. Mas, em boa verdade, o antigo jogador do Barcelona está longe de ser apenas o homem do ano em solo inglês já que esta última década tem sido pautada pelos seus êxitos.
Antes de chegar à Premier League, Guardiola orientou o Bayern de Munique – tendo, entre outros troféus, conquistado por três vezes o campeonato alemão –, e o Barcelona – em que se sagrou tricampeão espanhol e conquistou duas Ligas dos Campeões. A faceta vencedora do técnico catalão tornou-se de tal forma evidente que é há já vários anos considerado um caso de estudo. Em 2017, o Daily Mail revelou os truques para o sucesso do ex-jogador. Escrevia aquela publicação que para Guardiola há várias regras de ouro que vão permitir criar a harmonia necessária a um plantel para conquistar troféus. São elas: a alimentação, as horas de sono, os treinos – «puxados, mas agradáveis» –, e a preparação das partidas para lá das sessões de trabalho no campo – por exemplo, o catalão recorre a vídeos e através de um ecrã gigante explica aos seus jogadores o que exige de cada um em particular e do plantel no geral. Por último, mas não menos importante, a motivação para si próprio. Para Pep Guardiola é fulcral um treinador estar 100% motivado e focado, já que só deste modo vai fazer chegar aos seus jogadores a mensagem que pretende. Segundo o jornal britânico, dentro do escritório, que descreve como um «templo do futebol», o técnico dos citizens encontra várias frases em catalão que o ajudam a motivar-se para alcançar os triunfos. Em fevereiro passado, em entrevista ao SOL, Bernardo Silva confirmava esta metodologia de trabalho, garantindo que ganhou uma nova compreensão do futebol desde que aterrou em Manchester: «Quando chego ao City, a nível tático, acho que ganho uma nova compreensão do futebol porque o Guardiola vê o futebol de uma maneira diferente e, talvez também por ter sido jogador e ter jogado ao mais alto nível, percebe-nos de outra forma». Na mesma entrevista, o internacional português abordava ainda a importância da alimentação e dos horários de sono – que não descurava.
Mais recentemente, foi o avançado espanhol do Watford, Gerard Deulofeu, a relembrar a sua passagem pelo Barcelona e a forma de trabalhar de Pep Guardiola. O internacional espanhol somou apenas dois jogos pelos culés, mas não esqueceu as rotinhas de trabalho do antigo treinador: «O segredo dele é aquela agressividade que ninguém vê, a não ser aqueles que estão no balneário no dia a dia. O trabalho dele não para. Aí é que estão escondidos os méritos dele, e isso não é sorte. É trabalho».
É, de resto, diante deste Watford que Pep Guardiola pode alcançar mais um feito inédito já este sábado. Depois de esta época já ter conquistado o histórico bicampeonato e a Taça da Liga inglesa, os citizens fecham 2018/19 com o jogo da final da Taça de Inglaterra e, em caso de vitória, poderão conquistar o triplete interno. De acordo com a imprensa inglesa, a direção do Manchester City já preparou um bónus de 23 milhões de euros para oferecer aos seus jogadores caso consigam o feito em Wembley.
Uma coisa é certa: Guardiola só irá tirar os olhos do campo se a decisão do encontro for para as grandes penalidades. Uma superstição que continua a manter fielmente.