Allan Sharif: o homem que planeou assaltos a bancos e burlou agências funerárias via telefónica

Entre instituições bancárias e agências funerárias, o luso-americano já cometeu variados crimes desde o verão de 2007.

Tudo começou quando Allan Sharif tentou assaltar um banco de Miami por telefone – dizendo que tinha um cúmplice no local e exigindo que lhe fosse entregue todo o dinheiro existente na instituição bancária. Depois, as autoridades portuguesas descobriram que sete familiares do luso-americano tinham burlado e extorquido, também a partir de solo lusitano, dezenas de empresas estrangeiras sob ameaça de bombardeamento. A soma arrecadada com estes crimes? Mais de 190 mil euros entre agosto e dezembro de 2007.

Contudo, antes de ser detido, Sharif chegou mais longe: identificava-se como funcionário da equipa de suporte técnico da Western Union, telefonava para variadas firmas e pedia a funcionários que fizessem “testes de transferência de dinheiro” que eram reais. Ou seja, o dinheiro era transferido e, os dados, armazenados pelo arguido. Os tios e primos do criminoso auxiliavam-no nestes processos.

Sharif, que ficou conhecido por cometer variados crimes a partir do telefone de sua casa, em Mangualde, em Viseu, foi condenado por crimes de rapto, extorsão, branqueamento de capitais, burlas e corrupção. Atualmente, encontra-se detido na prisão de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, e responde por quatro crimes de burla que lesaram agências funerárias de Ílhavo e Murtosa (distrito de Aveiro), Mêda (Guarda) e Peso da Régua (Vila Real).

De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), citada pela agência Lusa, “os crimes ocorreram entre julho a novembro de 2014, quando o luso-americano estava detido no Estabelecimento Prisional da Guarda”. A partir da cadeia, Sharif ou alguém da sua confiança terá contactado as agências funerárias e pedido que as mesmas custeassem o processo de trasladação de um cadáver para Portugal – sendo que o valor lhes seria devolvido posteriormente.

No entanto, as transferências foram realizadas para contas bancárias de familiares de indivíduos que estavam ou tinham estado na prisão da Guarda com Sharif e que lhe faziam chegar as quantias monetárias. Um dos coniventes afirmou às autoridades que recebeu dinheiro por ter lavado “a roupa à mão” a Sharif. Segundo as autoridades, a burla ascende aos três mil euros.