O último debate televisivo entre os principais cabeças-de-lista para as eleições europeias, na RTP, serviu para debater a Europa, designadamente, os fundos europeus. O corte de 7 por cento, previsto para o próximo quadro comunitário não está fechado, e por isso, serviu de mote a Paulo Rangel, do PSD, para atacar Pedro Marques, o seu adversário socialista.
O cabeça-de-lista do PSD considerou que Pedro Marques "andou cinco meses" a dizer que a proposta era boa. Porém, o "chefe veio reconhecer que há um corte de 7 por cento". O chefe é António Costa, primeiro-ministro.
Pedro Marques ripostou e considerou: "Desde o início dissemos que esta proposta não era nossa, é de um comissário de direita e Paulo Rangel tinha a obrigação de o ter influenciado", lembrando ainda que o comissário português, Carlos Moedas ( mandatário de Rangel) também elogiou a proposta.
Questionado se estará disposto a reverter e a vetar a proposta, Pedro Marques pediu consensos para lutar por uma proposta melhor,mas não assumiu o veto, como desejavam os seus adversários. "Esta proposta não é a nossa proposta", começou por dizer, insistindo que fará "tudo por tudo" para a melhorar.
Nuno Melo, do CDS-PP, lembrou,por seu turno, a distribuição de fundos, casos como o de Áustria, que nada perde ou de países que ganham alguns pontos percentuais, para dizer que não faria um acordo com o PS ( como fez o PSD) e denunciar ainda "crime lesa pátria" de Mário Centeno, ministro das Finanças, e presidente do Eurogrupo. Em causa está uma carta do comissário europeu para os assuntos económicos, Pierre Moscovici, a dar conta de que já haverá um compromisso do ministro português para um imposto de 18 por cento sobre empresas. Melo criticou o facto de não haver qualquer autorização da Assembleia da República para o efeito.Ou seja, Centeno teráatuado "sem mandato".
Já Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, considerou que "ainda é possível" inverter a situação de corte de fundos europeus para os próximos anos, mas a solução que está em cima da mesa resulta de um "terceiro corte consecutivo", que vem de José Sócrates e do Governo PSD/CDS.
Por sua vez, João Ferreira, da CDU, também afirmou que o texto era mau e que o Governo do PS deveria ter feito mais. "Portugal deveria estar a bater-se por um reforço de verbas" , atirou.