Os rebeldes iemenitas pró-iranianos, os houthis, atacaram com um drone-bomba o aeroporto saudita de Najran, a 840 km a sudoeste de Riade. O aeroporto, que fica na fronteira entre a Arábia Saudita e o Iémen, também funciona com base militar. O reino saudita – aliado dos Estados Unidos – já prometeu retaliar, incendiando ainda mais as tensões na região.
O ataque foi feito com um drone Qasef-2k e teve como alvo um depósito de armas, de acordo com a Almasirah TV, um canal via satélite iemenita. Já a Saudi Press Agency – a agência estatal saudita – citou o coronel Turki Al Malki, que afirmou que a bomba atingiu um local civil. O coronel, que descreveu os houthis como “milícias terroristas do Irão”, prometeu uma resposta à altura. No passado, este tipo de investidas por parte dos houthis levaram a Arábia Saudita a responder com uma série de ataques aéreos, os quais foram amplamente criticados pela comunidade internacional por matarem civis indiscriminadamente
Recorde-se que os rebeldes houthi enfrentam no Iémen um coligação liderada pela Arábia Saudita. Esta guerra tem sido descrita pelas Nações Unidas como a pior crise humanitária do mundo, tendo causado a morte de dezenas de milhares de civis. A ONU já alertou que 3,3 milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito e que 24 milhões necessitam urgentemente de auxílio.
Este bombardeamento em território saudita surge logo após as autoridades iranianas terem indicado que iriam quadruplicar os níveis de produção de urânio enriquecido, esta segunda-feira, após os países europeus terem rejeitado o ultimato do Presidente iraniano, Hassan Rouhani, que prometeu retirar–se do acordo nuclear caso a União Europeia não defendesse o Irão das sanções norte-americanas.
As relações entre o Irão e os Estados Unidos têm-se deteriorado desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os EUA do Plano de Ação Conjunto, que oferecia o alívio das sanções em troca de restrições no programa nuclear de Teerão. O acordo assinado em 2015 – durante o mandato de Barack Obama – entre o Irão, o Conselho Permanente de Segurança, a Alemanha e a União Europeia limitava a república islâmica a produzir no máximo 300 quilogramas de urânio enriquecido, não podendo além disso ultrapassar os níveis de baixo enriquecimento, no valor de 3,67%.