Esta terça-feira à noite, os protestos contra a reeleição do Presidente indonésio, Joko Widodo – após acusações de fraude eleitoral por parte do candidato derrotado, o ex-general Prabowo Subianto – já resultaram em seis mortos e 200 feridos, em Jacarta.
Os incidentes decorreram após uma manifestação pacífica, em que milhares de opositores de um segundo mandato de Joko Widodo se reuniram em frente da sede da comissão eleitoral. As mobilizações foram encabeçadas por grupos islâmicos, seguidores de Prabowo. Contudo, algumas horas depois, a manifestação acabou por degenerar em violência com os policias a disparar gás lacrimogéneo e balas de borracha contra os manifestantes, que ripostaram com pedras e cocktail molotov.
A situação só se normalizou com a chegada de um contigente de soldados que se interpôs entre os manifestantes e a polícia.
O chefe da policia nacional, Tito Karnavian, nega que os seus oficiais tenham utilizado munições de verdade e apela a calma da população. “Alguns tiveram ferimentos, alguns tiveram ferimentos bruscos, mas ainda precisamos esclarecer isso”, disse ele, referindo-se às seis pessoas que foram mortas durante os protestos, como avançou a BBC.
A polícia revelou que está a trabalhar com a hipótese do protesto ter sido planejado por terceiros. “A maioria dos manifestantes veio de fora de Jacarta”, disse Muhammed Iqbal, porta-voz da polícia, à BBC. Para averiguar essa situação, foram detidas 60 pessoas.
As tensões no país têm-se acumulado desde que a Comissão Eleitoral da Indonésia (KPU) divulgou o resultado das eleições, confirmando a vitória do presidente Widodo, reeleito com 55,5% dos votos contra 44,5% do seu adversário político, Prabowo Subianto, que em 2014 já havia sofrido uma derrota semelhante. O ex-general acusou Widodo de cometer fraude nas eleições de 17 de abril, anunciando que vai pedir uma impugnação do resultado ao Tribunal Constitucional.