Israel vai realizar novas eleições legislativas, a 17 de setembro, depois do vencedor das eleições de abril, Benjamin Netanyahu, não ter conseguido acordo com o seu antigo aliado de extrema-direita, Avigdor Lieberman, para a formação de um novo governo.
O primeiro-ministro israelita tinha até à 00h00 de quinta-feira (22h00 de quarta-feira em Lisboa) para formar uma coligação e anunciar um novo Executivo. Sem esse anúncio, o parlamento votou a dissolução do governo de Netanyahu. Apesar deste desfecho ser uma hipótese discutida anteriormente é um cenário sem precedentes, sendo a primeira vez na história de Israel que um primeiro-ministro não consegue formar uma coligação.
O obstáculo de Netanyahu para a negociação de um acordo foi o seu antigo ministro da Defesa, o ultranacionalista Avigdor Lieberman que partilha opiniões muito diferentes às do primeiro-ministro israelita. Lieberman exige que o serviço militar obrigatório passe a ser igual para todos e se acabe com a isenção concedida aos estudantes judeus ultraortodoxos, algo que dura desde a fundação do Estado de Israel, em 1948.
O primeiro ministro-israelita, que está há 13 anos no poder, acusou Lieberman de ser “de esquerda” e de ter “enganado o seu eleitorado”, citando o jornal local, Haaretz.
Netanyahu garantiu que se vai voltar a candidatar em setembro e promete ganhar as eleições. "Vou voltar a candidatar-me, vou fazer uma campanha inteligente e clara, que nos trará a vitória. Vamos ganhar e os cidadãos ficarão igualmente a ganhar", declarou à agência Reuters.