Há jovens promessas atrás de Naomi Osaka

A japonesa de 21 anos é o expoente máximo de uma nova geração que veio desafiar – e, a médio prazo, destronar – a ordem vigente na WTA.

Falta mais de uma semana para o final de Roland Garros e já se sabe que Naomi Osaka e Novak Djokovic segurarão as suas lideranças nos rankings mundiais.

O sérvio chegou a Paris com a certeza de que o seu n.º 1 não estava em perigo, mas a japonesa, pelo contrário, tinha quatro outras candidatas à sua sucessão, só que Petra Kvitová nem competiu por estar lesionada, Kiki Bertens desistiu por doença, Angie Kerber e Karolina Plisková fora eliminadas, pelo que, mesmo com enormes dificuldades para chegar à terceira ronda, Osaka vai manter-se n.º 1.

A japonesa de 21 anos é o expoente máximo de uma nova geração que veio desafiar – e, a médio prazo, destronar – a ordem vigente na WTA.

No início deste Open de França havia 11 jogadoras com menos de 20 anos no quadro principal feminino e 26 com mais de 30 anos.

Na história do ténis profissional, ou seja, desde 1968, houve dez jogadoras que conquistaram 25 títulos do Grand Slam quando tinham mais de 30 anos, sendo Serena Williams a grande dominadora, com 10 Majors angariados depois dos 30.

No mesmo período houve 12 jogadoras distintas a triunfarem por 33 vezes em torneios do Grand Slam mas a verdade é que a última foi Maria Sharapova em 2006.

Há 13 anos que as chamadas teenagers não são bem-sucedidas nos quatro bastiões da modalidade.

Esse jejum e a longa e profícua carreira de Serena Williams – que aos 37 anos está a um título de igualar o recorde mundial de 24 Majors de Margaret Court – fez com que as atenções no circuito feminino se virassem quase exclusivamente para as grandes campeãs.

No circuito masculino, pelo contrário, uma boa campanha de marketing do ATP Tour, centrada nos chamados NextGen, tem chamado a atenção para várias levas de jogadores de enorme potencial, mesmo numa era de fantásticos ídolos como Federer, Nadal e Djokovic.

Uma campanha com tanto sucesso mediático que o diretor do Millennium Estoril Open, João Zilhão, queixou-se este ano de que «há jogadores da NextGen que estão fora do top-100 mundial mas que reclamam garantias (vulgo ‘luvas’) para virem jogar a Portugal. Isso há uns anos era impensável».

Toda a gente sabe quem é Stefanos Tsitsipas, o n.º 1 do ranking da NextGen do ATP Tour, mas poucas pessoas sabem que a romena Bianca Andreescu, de apenas 18 anos, ganhou em Indian Wells, um dos melhores torneios do mundo.

Em Roland Garros houve 13 jogadoras com 23 ou menos anos a atingir a terceira ronda, umas mais famosas do que outras, e está na hora de olharmos para elas. Naomi Osaka é só a ponta do iceberg.