As conferências em Meca – Arábia Saudita

Ao contrário da sua maneira muito pacata de liderar, desta vez usou da palavra, tal como era aquando da sua posição como governador da cidade de Riade e quis deixar a mensagem clara e sem deixar qualquer ponta solta. 

O Guardião das Duas Mesquitas Sagradas e Rei da Arábia Saudita, Salman Bin Abdul Aziz Al Saud, foi ousado e imprevisível ao querer enviar uma mensagem de força para todo o mundo através das conferências que organizou em Meca (no decorrer do encontro/seminário…) há uns dias. 

A sua pretensão vai mais além, pois quer alcançar o cimentar da liderança da Arábia Saudita no mundo islâmico, no mundo árabe e no mundo do Golfo Arábico.

Primeiro, ao conseguir passar a sua mensagem nas três conferências em Meca, seguidamente, no mês sagrado do Ramadão e para terminar nos últimos dez dias, e, na localização mais sagrada e estratégica, aos olhos da nação islâmica, na cidade santa, no berço do islão, Meca, a terra onde nasceu o Profeta Mohammad. 

Aos olhos do mundo fez questão de reiterar e enviar a mensagem de união, paz, compaixão e benevolência. A sua intenção foi transmitir uma mensagem tranquilizadora à nação islâmica, árabe e do golfo.

A nível interno, no Golfo, e com a vinda do primeiro-ministro do Qatar, tentou procurar uma solução para terminar o bloqueio existente até à data, e de terminar o clima de tensão existente.

Ao nível dos países árabes, procurou clarificar a posição da Arábia Saudita relativamente ao Irão, que é o inimigo principal da paz aos olhos da Arábia Saudita na região árabe.

Relativamente à nação islâmica, quis deixar clarividente, que a Palestina é um problema islâmico, e, não um problema exclusivamente palestino, onde a Palestina não está nem pode estar sozinha nesta esfera política e geográfica, e onde as nações islâmicas devem estar todas juntas. 

Percebe-se aqui, que o Rei Salman, quis chamar a si, a responsabilidade de ser o principal interveniente neste panorama político-religioso, cada vez mais difícil de interpretar e perceber.

Ao contrário da sua maneira muito pacata de liderar, desta vez usou da palavra, tal como era aquando da sua posição como governador da cidade de Riade e quis deixar a mensagem clara e sem deixar qualquer ponta solta. 

A sua experiência política, fez a diferença, e, notou-se que todos os países árabes, islâmicos e do golfo arábico aderiram em força, à convocatória do Rei Salman.

As intervenções foram todas elas, em consonância com os problemas que residem atualmente na região, e, todos eles concordaram com o líder da Arábia Saudita.

Após os ataques às embarcações marítimas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, a resposta tinha que ser imediata.

A Arábia Saudita, nunca foi tão ativa ao nível político, como está a ser neste reinado do Rei Salman.

E, sem qualquer vergonha, o Rei quis deixar claro para todos os países, que os problemas são três.

A união no Golfo Arábico, a questão da Palestina e por último o inimigo público, o Irão (como deverá acalmar os ânimos do regime iraniano).

Percebeu-se nas entrelinhas dos discursos dos líderes dos países, que a preocupação é geral, relativamente aos problemas que citou o Rei da Arábia Saudita, e a necessidade urgente de resolver estes problemas.

A presença do segundo homem mais importante do Qatar, o primeiro-ministro do Qatar, pode trazer a solução para a solidificação da relação entre os vizinhos do Golfo Arábico. 

A união islâmica através da OIC (Organization of the Islamic Conference) também foi unânime no apoio à causa da Palestina. 

Resta saber se relativamente ao Irão, irá haver uma forma de acalmar os ânimos, apesar dos esforços de todas as nações islâmicas. 

A solução é simples, resolver, seria capaz o Rei Salman, de resolver tudo rapidamente, para trazer de volta o equilíbrio e a paz real para a região islâmica, árabe e do golfo arábico.

Coragem e força não lhe faltaram, mas precisa de apoio e de ajuda de todos os países aliados, para conseguir alcançar os objetivos pressupostos.