“Pode-se apontar muitas coisas a Constâncio, mas não é possível apontar nada no crédito a Berardo”

Ex-administrador da CGD diz que nada pode ser apontado “nessa matéria” a Constâncio

Armando Vara, ex-administrador dos dois maiores bancos portugueses, afirmou esta sexta-feira, durante a sua audição a comissão parlamentar de inquérito à gestão e recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que o Banco de Portugal (BdP) "não tinha de se meter" nos créditos à Fundação José Berardo.

“O que o Banco de Portugal tinha de fazer naquele caso era dizer se sim ou se não" ao aumento de capital no BCP e não pronunciar-se sobre o crédito concedido pela CGD, defendeu Armando Vara.

“Ninguém me encomendou o sermão”, disse Vara, defendendo o ex-governador Vítor Constâncio.

“É possível apontar muitas coisas a Vítor Constâncio. Não é possível apontar nada nessa matéria”, acrescentou o ex-administrador da CGD.

Segundo Armando Vara “seria impensável” que o Banco de Portugal tivesse interferência nas políticas de concessão de crédito, exceto em algo que "não tivesse a ver com o perigo de honrar os compromissos em relação aos seus depositantes".

Recorde-se que Armando Vara foi administrador da CGD entre 2005 e 2007. Logo a seguir tornou-se vice-presidente do BCP. Está neste momento detido na prisão de Évora para cumprir uma pena de cinco anos de prisão por três crimes de tráfico de influências no âmbito do processo Face Oculta.

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