O presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, foi na noite desta sexta-feira visitar o militar português que ficou gravemente ferido na sequência de um acidente de viação na República Centro-Africana. No regresso da visita de Estado à Costa do Marfim, o Comandante Supremo das Forças Armadas manifestou "total solidariedade para com este soldado de Portugal e os seus familiares, que estavam presentes", segundo se pode ler em nota divulgada pela Presidência da República.
O acidente deu-se devido ao despiste e capotamento da viatura onde o militar seguia, quando as tropas nacionais realizavam um trajeto logístico junto à região de Bouar, situada a 350 quilómetros a noroeste da capital do país africano. O soldado comando sofreu um "traumatismo craniano sem perda de conhecimento" e um "traumatismo grave dos membros inferiores" que obrigou a "amputação bilateral" (ou seja, das duas pernas), de acordo com as informações prestadas pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA). Está agora em curso um "processo de averiguações deste acidente em serviço, para apuramento das causas que levaram ao despiste da viatura", acrescentou o EMGFA.
Portugal está na República Centro-Africana desde o início de 2017, integrado no quadro da MINUSCA (Organização das Nações Unidas na República Centro-Africana), cujo 2.º comandante é o major-general do Exército Marco Serronha, e lidera ainda a Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), comandada pelo brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio. No final de maio, os militares portugueses foram enviados para a região de Bocaranga, localidade onde mais de meia centena de pessoas tinham sido mortas por um grupo armado, tendo como objetivo estabilizar a paz na região, situada junto à fronteira com o Chade e os Camarões.