O Agrupamento de Escolas Solano de Abreu, em Abrantes, vai deixar de atribuir notas nos testes e noutros instrumentos de avaliação e vai passar a avaliar de forma contínua as competências dos alunos.
O novo modelo de avaliação foi apresentado esta segunda-feira e vai ser implementado no Agrupamento, que conta com cerca de 200 professores e 1.900 alunos do pré-escolar ao 12.º ano de escolaridade.
“O modelo, a implementar no próximo ano letivo, passa por não dar notas aos testes e outros instrumentos de avaliação dos alunos, tal como são conhecidas, mas por várias menções descritivas do seu desempenho em vários itens e em cada momento de avaliação, seja escrita ou oral, indicando onde pode melhorar o seu desempenho”, disse Jorge Costa, presidente do Agrupamento de Escolas Solano de Abreu, citado pela agência Lusa, acrescentando ainda que este novo modelo é “outra forma de avaliar, ensinar e aprender”.
De acordo com Jorge Costa, esta medida “é uma alteração significativa no modelo de avaliação”, explicando que “o que se vai começar a avaliar são descritores, ou seja, as competências que um aluno consegue ter em cada domínio, em cada disciplina”, privilegiando o “caráter contínuo e sistemático” da avaliação.
“O aluno deixa de carregar com uma nota negativa e é avaliado por vários descritores ficando a saber onde pode melhorar o seu desempenho em cada domínio, através de uma classificação parcelar e não através de uma nota global”, disse o presidente.
Os alunos irão apenas receber uma nota de 0 a 20 no final de cada um dos três períodos letivos.
As mais valias deste modelo “não passam por baixar o número de retenções, mas antes que os alunos aprendam mais e fiquem com informação mais fina para saberem o que melhorar”, disse, defendendo ainda que “o sucesso da estratégia terá reflexos no sucesso dos estudantes”.
“No secundário o que temos é que 35% dos alunos não concluem no tempo esperado (…) e isso obriga-nos a ter um olhar sobre o ensino secundário e a tentar perceber o que se passa (…) o que está a acontecer pelo país é que são muitas, muitas escolas a desenvolverem uma reflexão aprofundada sobre como se ensina, como se aprende e como se avalia”, afirmou Jorge Costa, relembrando que este novo modelo surge porque “alguma coisa tem de ser feita porque muitos dos jovens não estão a aprender”.