Muito se tem alertado para a necessidade de promover a coesão territorial e o de desenvolvimento dos territórios de baixa densidade. A estratégia tem passado, muitas vezes, pela concessão de benefícios fiscais para atração de investimento, ao invés de potenciar os recursos que esses territórios dispõem.
A estratégia de desenvolvimento destes territórios deverá centrar-se na diferenciação em função dos recursos de que dispõem. Dos múltiplos recursos existentes, a atividade agrícola e a paisagem natural são um inquestionável legado que merece destaque.
São estas características que tornam estes territórios destinos turísticos capazes de promover uma oferta diferenciada, capaz de responder às novas tendências do turismo. O turismo baseado nos 3’s – Sea, Sun and Sand, deu lugar ao turismo baseado nos 3’e – experiência, entretenimento e educação.
O enoturismo enquadra-se nesta nova tendência de procura de destinos turísticos capazes de proporcionar uma experiência única ao consumidor, associada ao entretenimento e à busca de conhecimento.
Este tipo de turismo abrange a descoberta do vinho e das suas técnicas de produção, das paisagens, do património histórico e cultural e da gastronomia da região. A oferta deve ser capaz de proporcionar um conjunto de bens e serviços suficientemente latos, capazes de responder aos diversos anseios de cada consumidor, tendo em consideração os diversos perfis de enoturísta.
O destino deve integrar um conjunto alargado de atividades, nomeadamente as visitas às adegas, às caves, às feiras e festivais de vinho, aos vinhedos, aos monumentos, ao património natural, bem como a compra de vinho e de produtos locais. Para além disso, o destino pode, ainda, oferecer atividades desportivas e de saúde e bem-estar.
O turismo tem vindo a crescer a um ritmo acelerado, afirmando-se como um mercado promissor para o desenvolvimento de novos produtos e serviços. O enoturismo tem atraído empreendedores que encontram nesta atividade económica um campo fértil para a inovação.
Consequentemente, o enoturismo possui um papel inequívoco na criação de postos de trabalho, na captação de novos investimentos e na preservação do património local.
Ao desenvolver-se fora das áreas metropolitanas, o enoturismo assume um papel preponderante no desenvolvimento local e regional e perfila-se como um vetor de combate às assimetrias regionais.
*Diretora da Licenciatura em Gestão da Universidade Lusófona do Porto