A deputada bloquista Joana Mortágua acusa Carlos César de “soberba”. O líder parlamentar do PS, nas jornadas parlamentares, acusou os parceiros de coligação, especialmente o BE, de terem “um estilo de aventura” que condenaria o país a voltar “ao tempo da bancarrota”.
Num artigo no i, Joana Mortágua escreve que Carlos César pretendia “justificar o seu próprio recuo na votação da eliminação das taxas moderadoras”, mas “falharam os argumentos e só lhe sobrou a soberba”.
A deputada do BE escreve ainda que “há um ano que o conclave oficializou a estratégia eleitoral do Partido Socialista, fechou o parêntesis da geringonça e preanunciou um PS com vontade de fazer alianças à direita”.
O BE não gostou de ouvir Carlos César acusar os parceiros de coligação de quererem entrar em “aventuras orçamentais que nos levariam ao colapso e à desconfiança internacional”.
Ontem, José Gusmão, dirigente e eurodeputado, disse ao i que Carlos César “pretende estilhaçar esta solução política e destruir quaisquer hipóteses de alcançar entendimentos futuros”. José Gusmão lamentou que o presidente do PS tenha resolvido “recauchutar o argumentário da direita para o atirar contra” a solução política alcançada entre o PS e os partidos à sua esquerda.
O PCP também respondeu às críticas do presidente do PS. Jerónimo de Sousa disse, em Beja, que os socialistas já estão a “pensar” na maioria absoluta para não terem de prestar contas. “Prova provada está nas declarações de um alto responsável do PS que veio falar de bloqueios e de inércia sem dizer porquê, sem dizer quem, sem dizer como”. Para o secretário-geral do PCP, o que “esta mensagem embrulhada e redonda significa é que o PS está a pensar que a solução boa seria uma maioria absoluta, porque assim não tinha de prestar contas a ninguém, nem convergir, nem entender-se com aqueles que sempre estiveram prontos para esses avanços”. Ou seja, o PS está a fazer tudo para dispensar a geringonça.