Um ano depois de ter anunciado a sua saída do PSD, após 40 anos de militância, Pedro Santana Lopes garante que hoje voltaria a tomar a mesma decisão e deixa fortes críticas ao partido liderado por Rui Rio.
Num vídeo partilhado nas redes sociais, o líder do Aliança relembra o momento em que deixou os sociais democratas e afirma que, um ano depois, tem “ainda mais” certezas da sua decisão.
“Faz um ano em que dei uma entrevista anunciando a minha saída da força política onde militei durante décadas. Se não o tivesse feito na altura, depois disso várias foram as ocasiões em que seguramente teria tomado essa decisão. Agora, neste final da legislatura é tão ainda mais”, começa por dizer.
O político fundamenta a sua opinião referindo que o PSD se dispôs nesta legislatura a ser o substituto da esquerda no apoio ao Governo de António Costa, um Governo que levou o país a um “estado de degradação”.
“Vejo o partido fundado por Sá Carneiro a dispor-se a ser o substituto do PCP e do Bloco no apoio ao Governo de António Costa quando António Costa resolve ensaiar um caminho de captação de eleitorado à direita, fazendo-se de zangado com os partidos à sua esquerda que foram seus parceiros na frente esquerda durante estes quatro anos, quatro anos em que aconteceu o quê? Apesar da esquerda estar no poder, os serviços públicos degradaram-se como nunca antes tinha acontecido, na saúde, nos transportes, na segurança, na proteção civil, reformas e outras prestações sociais (…) Tudo chegou a um estado de degradação generalizada como nunca antes acontecera”, refere Santana Lopes.
“É nestas circunstancias que o partido fundado por Sá carneiro, em vez de construir alternativa ao PS se dispõe a dar a mão a António Costa e ao seu Governo para aprovar aquilo que entendem aprovar nesta fase final da tal legislatura dominada pela frente esquerda”, acrescenta.
O líder do Aliança, partido que fundou depois de anunciar a sua saída do PSD, acusa ainda o Executivo socialista de se aproveitar de determinados fatores favoráveis, como o crescimento do turismo, enquanto levava à degradação dos serviços públicos.
Assim, Santana Lopes relembra que é importante “construir uma alternativa” e volta a criticar Rui Rio ao dizer que sempre se habituou “a pertencer a um centro direita que apresenta propostas. Propostas substantivas, viradas para a resolução dos problemas da vida das pessoas”.
O político termina reforçando a importância de eleger o Aliança na próxima legislatura e garante que os principais objetivos do partido se centram no combate à pobreza, à exclusão social e à corrupção.