É uma estratégia inédita. O presidente do PSD, Rui Rio, não vai encabeçar nenhuma lista às legislativas de 6 de outubro. O líder social-democrata escolheu Hugo Carvalho, presidente da direção do Conselho Nacional da Juventude, para cabeça-de-lista no Porto ( onde chegou Rio chegou a ser dado como número um da lista). O candidato nasceu em 1990.
Rio será o segundo da lista por aquele distrito. Em Lisboa, o presidente do PSD escolheu Filipa Roseta, vereadora em Cascais, e a filha mais nova de Pedro Roseta ( antigo ministro da Cultura do PSD) e Helena Roseta (deputada eleita pelo PS). A informação foi avançada pelo Expresso e confirmada pelo i junto de fontes sociais-democratas.
Em Leiria, Rui Rio optou pela líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes, como cabeça-de-lista. Por Aveiro, o PSD terá como cabeça-de-lista Ana Miguel Santos, investigadora universitária, que já tinha integrado a lista nas eleições europeias, no oitavo lugar, com o apoio do presidente da distrital e vice-presidente do partido, Salvador Malheiro.
Em 2015, o círculo eleitoral de Coimbra foi encabeçado pela independente Margarida Mano, o rosto principal da recente polémica sobre os professores e que levou o primeiro-ministro a ameaçar demitir-se. Agora, Rui Rio convidou a advogada Mónica Quintela, advogada e porta-voz para a Justiça do Conselho de Estratégia Nacional do partido, para encabeçar aquele círculo eleitoral.
O dirigente e vogal da comissão política nacional do PSD André Coelho Lima será o cabeça-de-lista em Braga. Em 2015, o então líder do PSD, Pedro Passos Coelho, escolheu Jorge Moreira da Silva como número um e Fernando Negrão, atual líder parlamentar como número dois.
Assim, estão escolhidos seis nomes para encabeçar círculos eleitorais que representam dois terços do território nacional.
A ordem é garantir a abertura a caras novas, jovens e promover uma abertura à sociedade civil, mas pode abrir caminho à contestação interna.
De acordo com informações recolhidas pelo i, os convites foram feitos na passada quinta-feira à noite, e acertados na sexta-feira, tendo Rui Rio informado as respetivas distritais das suas escolhas nesse dia.
Em aberto estão ainda vários círculos eleitorais e Setúbal é um deles. O nome de Fernando Negrão tem sido apontado como forte hipótese, mas ainda não está decidido quem será o cabeça-de-lista, segundo apurou o i.
Em Santarém, a distrital do PSD indicou João Moura para a cabeça-de-lista, mas a opção de Rio não passará pelo seu nome. Já em Viseu, o nome mais provável é o de Fernando Ruas, antigo autarca de Viseu, e ex-eurodeputado. Por Bragança, o nome de Adão Silva, atual vice-presidente da bancada do PSD, é uma possibilidade. Na próxima semana deverão ser conhecidos mais nomes.
A posição de Braga
Entretanto, a distrital do PSD/Braga emitiu um comunicado sobre as listas. O presidente da distrital e eurodeputado, José Manuel Fernandes, considerou que tanto a estrutura distrital, como todas as concelhias "aplaudem a nomeação de André Coelho Lima para encabeçar a lista de candidatos a deputados". No referido comunicado, José Manuel Fernandes acrescenta que "André Coelho Lima é um quadro do PSD com provas dadas a nível político e profissional".
Sobre os restantes nomeações para cabeças-de-lista, o presidente da distrital acrescenta que "demonstram a defesa do princípio da proximidade, do rejuvenescimento e da competência".
A comissão politica distrital de Braga aprovou na passada sexta-feiraà noite a lista a enviar à direção nacional, ordenada de forma alfabética, mas mandatou o líder da distrital para negociar a ordenação de candidatos a deputados para "assegurar a máxima representatividade dos concelhos" daquele círculo eleitoral, bem como da JSD e dos TSD.
Na reunião, as concelhias indicaram Hugo Soares (Braga), Emídio Guerreiro (Guimarães) Jorge Paulo Oliveira (Famalicão), Joel Sá (Barcelos) e Clara Marques Mendes (Fafe). Os nomes foram aprovados e seguem por ordenação alfabética para a sede do PSD. Desta lista destaca-se Hugo Soares, ex-líder parlamentar do PSD, e crítico da atual direção do partido. Caberá a Rui Rio decidir se o aceita ou veta.