Assunção Cristas menos beligerante

Ordem no CDS é fazer discurso só com propostas para as legislativas para inverter derrota das eleições europeias.

O CDS falhou os objetivos eleitorais nas europeias ao não conseguir eleger dois eurodeputados   e gerou receios de um mau resultado nas Legislativas.  Assim,  e de uma assentada, os centristas começaram a lançar algumas linhas gerais do projeto de programa eleitoral para as legislativas de 6 de outubro, com uma cadência de uma ideia por semana.

A ordem é simples: fazer um discurso mais pela positiva, ou seja, com propostas, apesar de não se deixar de dizer o que está mal na governação. Mudança de estratégia? Aparentemente, as orientações foram definidas há um ano, nas reuniões da comissão executiva, mas a líder do CDS apresentou na passada segunda-feira o livro «Confiança», num tom mais pessoal onde fala do seu percurso, mas também do papel das mulheres na sociedade portuguesa.

«As exigências e as críticas em relação às mulheres são superiores às dos homens. As mulheres sofrem todo o escrutínio que os homens sofrem, mais um: o da sua aparência. Estou convencida de que esta exigência suplementar é também um dos fatores que dissuade a participação das mulheres», escreveu Cristas na obra com um prefácio do marido. O registo mais pessoal não foi acertado com a direção do partido, mas há quem admita ao SOL que há uma maior preocupação em não ser tão «beligerante» no discurso. Numa entrevista à SIC- N,  a propósito do seu livro, Assunção Cristas definiu, entretanto, as metas eleitorais: superar o número de deputados eleitos em 2015 (18) e «crescer o mais que pudermos, procurando outra visão para o país, que puxa pelas empresas, pelas pessoas»  para que o centro-direita volte ao poder.