Altice apresenta queixa ao Ministério Público contra autores de estudo da SIRESP

Os autores do relatório serão acusados de “usurpação” de “marcas, logótipos e do nome de instituições de prestígio nacional e internacional, numa tentativa de atribuir notoriedade e credibilidade a um trabalho totalmente alheio a essas instituições”

A Altice Portugal tem vindo a atacar as conclusões do relatório sobre o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) apresentado na Assembleia da República no dia 17 de junho e anunciou, através de um comunicado enviado ao SOL, que irá apresentar queixas ao Ministério Público contra os autores do estudo.

O documento tem vindo a gerar muita polémica pois apesar de estar identificado como sendo da autoria do Instituto das Telecomunicações, a Universidade de Aveiro e a Altice Labs já afirmaram não terem tido nenhum tipo de envolvimento na sua realização e que os autores do estudo, apesar de serem investigadores, realizaram as conclusões a nível individual.

No comunicado, o grupo Altice acusa o estudo de ter sido “realizado por um conjunto de cidadãos individuais, alegadamente especialistas", que "usam a imagem do Instituto de Telecomunicações e dos seus parceiros, apenas para ampliar a sua posição pessoal e projeção mediática". 

Os autores do relatório serão então acusados de "usurpação" de "marcas, logótipos e do nome de instituições de prestígio nacional e internacional, numa tentativa de atribuir notoriedade e credibilidade a um trabalho totalmente alheio a essas instituições". 

O grupo acusa o documento que propõe que se deixe de utilizar o sistema de rede de emergência nacional e que se realize a sua substituição por um menos dependente dos fornecedores privados de ser um “relatório oco, sem substância, com falhas técnicas, omissões e erros gravíssimos de carácter operacional, que revela uma enorme falta de qualidade e conhecimento específico sobre a matéria” 

Declaram ainda que a publicação do relatório, que apresenta dados sensíveis e de caráter confidencial, é errada e nunca deveria ter sido feita, visto a empresa debatida ser “de interesse público e muito relevante para a segurança nacional”, escreveram. 

 “Trata-se de temas que não se discutem na praça pública, uma vez que põem em causa a segurança desta Rede e, até mesmo, do País”, acrescentam. 

Recorde-se que o relatório sobre o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP),  apresentado na passada quinta-feira e noticiado pelo SOL, declarava que o trabalho na SIRESP "já foi pior, mas não é seguro" e alertava para a vulnerabilidade das estruturas – que não permitem atualizações. Além disso, o documento defendia que a rede deveria depender menos da Altice e da Motorola e deveria apostar em infraestruturas próprias. 

 A Altice nao demorou a atacar o relatório e a acusar os autores de " um profundo desconhecimento e até mesmo alguma ignorância sobre a realidade do país", declarou Alexandre Fonseca, presidente do grupo.

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