O Ministério Público (MP) adiantou que vai acusar 89 arguidos do processo Hells Angels de associação criminosa, homicídio qualificado, na forma tentada, ofensa à integridade física qualificada, entre outros crimes.
São mais de 500 páginas de um despacho de acusação, que o MP concluiu exatamente um ano após as primeiras 50 detenções do grupo que foi investigado pela PJ.
Dos 89 arguidos acusados, "37 encontram-se em prisão preventiva, 5 estão sujeitos à medida de coação de obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica", revelou o MP. Sublinhe-se que dois dos arguidos encontram-se detidos na Alemanha, e aguardam extradição para Portugal.
O comunicado do MP refere ainda que os "restantes estão obrigados a apresentações periódicas, proibição e imposição de condutas, para além da medida de coação de termo de identidade e residência".
Recorde-se que o inquérito, que se encontra em Segredo de Justiça, corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional Contra Terrorismo da Polícia Judiciária.
Os arguidos já estavam na mira das autoridades há cerca de dois anos, mas só foram detidos na sequência de um ataque ao restaurante Mesa do Prior, em Loures, em março de 2018, que provocou seis feridos, membros de um grupo rival, que acabara de nascer em Portugal pelas mãos do neonazi Mário Machado.