Uma médica que exerce funções num Centro de Saúde nos Açores foi gravemente ameaçada pelo familiar de um utente no passado dia 10 de julho. A informação foi avançada, em comunicado, pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), que adiantou que a profissional trabalha "sem apoio de vigilante" e "sofreu ameaças graves contra a integridade física e inclusive contra a sua vida, incluindo ameaças de perseguição contra si e a sua família".
Temendo as consequências dos atos do agressor, a médica refugiou-se dentro do gabinete trancado. "É inadmissível a sucessão de casos de violência e intimidação contra os médicos" referiu o SMZS, sublinhando os outros casos de violência contra estes profissionais de saúde: uma médica foi ameaçada, há uma semana, num centro de saúde em Santarém; um médico foi agredido, na mesma unidade anteriormente referida, em maio do ano passado e no passado mês de fevereiro, um médico foi agredido com uma arma branca, no Hospital de Peniche.
Para este sindicato, a profissão médica tem sido desvalorizada e, o Serviço Nacional de Saúde, não tem tido as respostas devidas. "Tais atos comprometem o desempenho da atividade profissional e contribuem para o burnout que afeta hoje muitos médicos" pode ler-se no comunicado a que o SOL teve acesso.
O SMZS mencionou igualmente que as administrações das unidades e o Ministério da Saúde "não podem continuar a permitir que os seus profissionais trabalhem em condições de risco, sendo da sua responsabilidade criar as condições necessárias para garantir a segurança destes profissionais".