O Facebook está na mira do Congresso dos EUA. Há pouco tempo, a empresa defendia-se de acusações sobre o abuso dos dados privados dos utilizadores, mas agora, o novo projeto de Mark Zuckerberg, uma criptomoeda chamada Libra está a ser alvo de críticas. Numa audiência do comité financeiro do Congresso, realizada esta quarta-feira, foi ouvido o líder do projeto Libra, David Marcus. O Facebook promete que o objetivo é dar ferramentas a milhões de pessoas sem acesso a intrumentos financeiros – ao mesmo tempo que garante a privacidade das transações. A presidente do comité, Maxine Waters, disse que, caso a Libra vá para a frente, o Facebook “terá um imenso poder económico, que pode destabilizar moedas e Governos”, tendo proposto uma lei que proíbe a Libra.
Sobre o argumento que a nova criptomoeda é uma inovação importante, o congressista democrata Brad Sherman foi mais longe: “A coisa mais inovadora que aconteceu neste século foi quando Osama Bin Laden teve a ideia inovadora de voar com dois aviões contra torres”. A Libra “pode fazer mais para pôr em risco a América do que isso”, acrescentou, podendo ser usada “para financiar o próximo ataque terrorista”. Vários congressistas notaram na ironia de que o mesmo Facebook que é acusado de não respeitar os dados pessoais dos utilizadores agora defenda a privacidade de transações financeiras.“É uma dádiva divina para traficantes de droga, para pessoas que escapam a sanções e ao fisco”, rematou Sherman.
Outros congressistas criticaram a falta de definição do plano. “Isto não é Silicon Valley”, esclareceu Nydia Velasquez, “não podem resolver os problemas à medida que avançam”. O Facebook comprometeu-se a cumprir todos os requisitos legais para avançar a sua criptomoeda. No entanto, os congressistas lembraram que isso deveria ser um dado adquirido. Sherman acrescentou que a proibição da Libra ou não seria a mais importante decisão feita pelo comité esta década.