E, durante o fim de semana, o Benfica viu ficar resolvida mais uma preocupação para 2019/20: os encarnados anunciaram a contratação de Carlos Vinícius, avançado brasileiro que assinou por cinco temporadas. Com a saída de João Félix e o adeus de Jonas ao futebol profissional, o ataque era uma das principais preocupações do clube da Luz na abordagem ao mercado.
Formado no Santos, com passagem nas camadas jovens do Palmeiras e também no Desportivo Brasil, o futebolista de 24 anos está longe de ser um perfeito desconhecido no futebol português.
Já nos seniores, após um ano no Caldense e outro no Grémio Anápolis, chegou pela primeira vez a Portugal em 2017, por empréstimo, para integrar o Real Massamá, da segunda liga. Ali permaneceu durante um ano – tendo apontado 20 golos em 39 partidas –, altura em que o Nápoles surpreendeu ao comprar o passe do jogador por quatro milhões de euros. Porém, Vinícius não teve sequer a oportunidade de se estrear pelos transalpinos, que cederam o internacional brasileiro durante a última época: primeiro ao Rio Ave e, depois, ao Mónaco, de Leonardo Jardim, sempre a título de empréstimo.
Nos seis meses que esteve nos vilacondenses, o atacante tornou-se uma das principais figuras do plantel ao apontar 14 golos em 20 jogos (oito na Liga portuguesa, cinco na Taça de Portugal e um na Taça da Liga). Por sua vez, em França, na segunda metade da temporada, ajudou a equipa monegasca a fugir à descida de divisão, embora com registos mais modestos: dois golos em 16 partidas.
Finalizador puro sem lembrar Jonas Daniel Ramos, treinador do avançado brasileiro em Vila do Conde, foi, de resto, um dos primeiros a analisar a mais recente aquisição das águias. O técnico de 48 anos, que continua com o futuro por decidir depois de ter deixado o Rio Ave no final da temporada, falou num finalizador nato que tem, todavia, no jogo aéreo uma das suas maiores fragilidades. “É um finalizador puro, muito frio com o seu pé esquerdo. É rápido, solicita na profundidade e é bom nas tabelas. Segura bem a bola e tem uma grande capacidade de explosão. Coloca muito bem a bola e, por isso, faz golos com imensa facilidade”, disse aos microfones da Renascença. “Não é muito fixo, não tem um grande jogo aéreo, é isso que tem de melhorar. Ataca bem o espaço e precisa de outro jogador ao seu lado que lhe dê essa mobilidade e aproveite os espaços que ele abre”, completou, garantindo que será uma “boa solução” para a equipa de Bruno Lage.
Também Filipe Martins, técnico que lançou Vinícius em Portugal (Real SC), não tem dúvidas do potencial do jogador brasileiro caso tenha oportunidades de mostrar o seu rendimento. À mesma rádio, o atual treinador do Feirense abordou as qualidades do jogador, comparando-o a… Seferovic. “Quando Seferovic teve espaço para praticar o futebol dele, foi o melhor marcador da Liga. Se o Carlos tiver um contexto parecido, dará a mesma resposta”, explicou, aproveitando para deixar desde logo um aviso aos adeptos: “É um jogador muito diferente de Jonas”.
O perfil de Vinícius. ➡ https://t.co/Z8UKsDVXN1#EPluribusUnum pic.twitter.com/55Co32D0BA
— SL Benfica (@SLBenfica) 20 de julho de 2019
Terceiro mais caro de sempre A verdade é que os 17 milhões de euros que as águias pagaram ao Nápoles por Carlos Vinícius colocam o avançado brasileiro no pódio dos mais caros da história do clube. O jogador torna-se, assim, o terceiro mais caro de sempre, apenas atrás de Raúl de Tomás, contratado este verão ao Real Madrid por 20 milhões de euros, e Raúl Jiménez, contratado ao Atlético de Madrid por 22 milhões de euros. Seguem-se Rafa (do Braga para a Luz por 16,8 milhões de euros) e Pizzi, a fechar este top-5, comprado ao Atlético de Madrid num custo total de 14 milhões de euros.
Contas feitas, os encarnados fecham a frente de ataque com dois avançados contratados neste mercado, que implicaram um custo total de 37 milhões de euros.
Vinícius irá agora juntar-se a Bruno Lage e companhia de modo a integrar a partir daqui as sessões de trabalho da equipa, que está atualmente a disputar a International Champions Cup2019. No fim de semana, o Benfica venceu por 3-0 os mexicanos do Chivas, no primeiro jogo das águias no torneio. Seguem-se agora os embates com os italianos da Fiorentina e do Milan, na madrugada de quinta-feira e domingo, respetivamente.
Próximo problema: baliza No geral, Carlos Vinícius é o quinto reforço do Benfica para 2019/20, depois das oficializações de Chiquinho, Jhonder Cádiz, Caio Lucas e Raúl de Tomás. Como tal, o principal problema do atual campeão nacional continua a ser a baliza, num momento em que a contratação de Mattia Perin parece, a cada dia que passa, cair cada vez mais por terra.
Na semana passada, as águias informaram, através de comunicado, que o guarda-redes italiano, de 26 anos, “tem um processo de recuperação superior ao inicialmente previsto, sendo de cerca de quatro meses”. Assim, ficou decidido que Perin ficaria à guarda da Juventus durante este processo e que, em dezembro, se faria nova avaliação. Contudo, de acordo com a imprensa nacional desportiva, este negócio poderá mesmo já ter passado do modo standby para cancelado, já que o Benfica pretende introduzir de imediato um novo elemento na baliza.
Recorde-se que o jogador iria custar 15 milhões de euros ao Benfica, valor que faria do guardião italiano o mais caro da história do clube da Luz, lugar que continua a ser ocupado pelo guarda-redes espanhol Roberto, por quem o Benfica desembolsou cerca de 8 milhões de euros em 2010.