O processo de elaboração das listas do PSD para as eleições legislativas de 6 de outubro entrou na fase mais tensa no partido, liderado por Rui Rio. A reunião entre a distrital de Santarém, liderada por João Moura, e a direção social-democrata acabou da pior forma: aos berros e com muitos apelos à calma.
De acordo com informações recolhidas pelo i junto de várias fontes do PSD, o secretário-geral do partido, José Silvano, informou a distrital que a direção tinha aprovada a inclusão do deputado Duarte Marques na lista pelo círculo eleitoral de Santarém. A decisão não surpreendeu, mas o problema traduziu-se na exclusão do nome de Ramiro Matos, indicado por Santarém, para garantir a entrada do deputado.
Ora, o autarca de Santarém Ricardo Gonçalves, que é também o presidente da concelhia, insinuou que Duarte Marques, parlamentar que se tem destacado em temas como a proteção civil, iria para as listas porque teria um "padrinho". E o padrinho seria Nuno Morais Sarmento, atual vice-presidente do partido, e com quem Duarte Marques trabalhou há mais de uma década, antes de ser eleito líder da JSD ou mesmo deputado.
Morais Sarmento não terá gostado da referência feita e aconselhou o autarca a gastar energias com o seu concelho e a limpeza de terrenos por causa dos incêndios. Ricardo Gonçalves, por sua vez, terá aconselhado Morais Sarmento a preocupar-se com a limpeza de terrenos da família. O caso acabou com gritaria, muitos berros, a reunião terminou por ali e a tensão continuou porta fora, perante os olhares de funcionários do PSD e outros dirigentes atónitos com a situação. "Não chegaram a vias de facto, mas foi muito tenso, tiveram de os acalmar", explicou ao i uma fonte que assistiu à altercação..
O i tentou contactar o autarca, que se encontrava em reunião camarária, bem como o vice-presidente do PSD, Morais Sarmento, mas sem êxito até ao momento.
De realçar que a distrital presidida por João Moura não validou a manutenção de Duarte Marques na lista numa decisão que surpreendeu. Contudo, no PSD já se comentava que o parlamentar iria ficar na equipa dada a prestação na bancada parlamentar. João Moura entendeu, por sua vez, que era necessária uma renovação e teve o respaldo da distrital. O caso segue agora para a comissão política nacional de dia 30 e o conselho nacional onde serão votados os nomes das listas de braço no ar.