Esta terça-feira há 25 concelhos em risco máximo de incêndio, com as condições adversas a regressarem aos distritos de Castelo Branco e Santarém, assolados este mês pelo grande fogo de Vila de Rei/Mação, mas também à Guarda e ao Sul do país. Face ao agravamento do risco, a Proteção Civil emitiu um aviso à população para as próximas 48 horas, em que o vento promete não dar tréguas.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê a subida gradual da temperatura, sendo quarta-feira, 31 de julho, o dia mais quente, com o mercúrio a poder chegar aos 40 graus no interior do Alentejo. A previsão de vento forte é outra das preocupações: nas próximas 48 horas poderão ocorrer rajadas até 75 km/h no Algarve, em particular em Foia e em Monchique, zonas que surgem no grau máximo de risco de incêndio nos mapas disponibilizados no site do IPMA.
Em comunicado, a Proteção Civil indicou que esta terça-feira será, previsivelmente, o dia mais crítico em termos de intensidade do vento, em particular no barlavento algarvio.
Os baixos teores de humidade relativa no ar contribuem também para o reforçar do aviso à população.
Embora o risco seja classificado como elevado na maioria do território nacional, os concelhos com risco máximo de incêndio esta terça-feira são Tabuaço (distrito de Viseu), Guarda e Sabugal (no distrito da Guarda), Covilhã, Penamacor, Oleiros, Sertã, Vila de Rei, Proença a Nova e Vila Velha de Rodão (no distrito de Castelo Branco) e ainda Abrantes, Sardoal e Mação (distrito de Santarém). Nisa, Gavião e Marvão, no distrito de Portalegre, surgem também com o grau mais elevado de risco de incêndio.
No Sul do país, o risco máximo de incêndio abrange praticamente todo o distrito de Faro e ainda o concelho de Odemira, Beja.
Área ardida costuma aumentar muito em agosto Segundo os dados da plataforma europeia de monitorização de incêndios rurais EFFIS, o fogo de Vila de Rei/Mação é de longe o maior registado este verão na Europa, com as estimativas a apontarem para perto de 10 mil hectares ardidos. Entretanto, nas diversas ocorrências registadas no país, já arderam mais mil hectares.
Os registos históricos do EFFIS revelam que nos últimos dez anos, entre 2008 e 2018, a primeira quinzena de agosto costuma registar um aumento significativo da área ardida. Apesar do grande incêndio de Vila de Rei/Mação, a área ardida este ano está abaixo da média anual registada nos últimos dez anos, com uma estimativa de 20 664 hectares de área ardida.
Em comunicado, a Autoridade Nacional de Emergência de Proteção e Civil recordou a proibição de queimas e uso de fogareiros nas zonas de risco de incêndio muito elevado a elevado.