A greve está marcada para o próximo dia 12 de agosto, mas as negociações para alterar o Contrato Coletivo de Trabalho Vertical (CCTV) continuam entre Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) e Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM).
A última reunião decorreu ontem e, ao i, José Manuel Oliveira, coordenador nacional da FECTRANS, garantiu que o diálogo está a decorrer e que “em algumas matérias há entendimento e noutras matérias há divergências”. Os pontos em que o sindicato afeto à CGTP está em concordância com os patrões e os pontos em que as duas partes não estão de acordo não são conhecidos, já que a FECTRANS mantém a negociação em segredo.
Questionado sobre a possibilidade de a FECTRANS se juntar à greve, José Manuel Oliveira, não confirmou, nem desmentiu: “Cada coisa no seu momento”. O sindicato afeto à CGTP mantém uma posição que em pouco se assemelha à dos restantes sindicatos: desde o início das negociações que o silêncio tem sido a característica da FECTRANS.
Os objetivos deste sindicato também são menos ambiciosos do que os do SNMMP e SIMM e o que está em cima da mesa é, diz o sindicato afeto à CGTP, “aumentos de salários para janeiro do ano que vem”. “Existe um protocolo negocial e em janeiro de 2020 o salário base passa para 700 euros, que se reflete num aumento mínimo para os motoristas de pesados, numa reposição mensal de 118 euros”, disse José Manuel Oliveira.
Sindicatos em greve fora das negociações Ainda que as negociações decorram entre FECTRANS e ANTRAM, há dois sindicatos fora das negociações que não podem ser esquecidos: Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM). Tal como o i avançou na semana passada, o advogado do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, garantiu que “qualquer acordo abaixo do que estaria previsto nos protocolos com o SNMMP e com o SIMM será impugnado”.
Os dois sindicatos que convocaram a paralisação para o próximo dia 12 de agosto garantem que os patrões deixaram de querer negociar com eles a partir do momento em que foi entregue o pré-aviso de greve. Em relação à estrutura afeta à CGTP, o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, sublinhou que está na altura de a FECTRANS “assumir claramente que está do lado dos trabalhadores, declarando unir-se aos restantes sindicatos independentes que estão a lutar pelas condições que foram assumidas pela ANTRAM aquando das negociações para desconvocar a greve de maio”.
Empresas não cumprem contrato de trabalho A FECTRANS pediu esta segunda-feira ao ministério do Trabalho uma reunião para discutir a “necessidade de intervenção da ACT e da Segurança Social para obrigar as empresas” a cumprirem o que está estabelecido nos contratos de trabalho. José Manuel Oliveira explicou ao i que “estão identificadas as situações em que o contrato coletivo de trabalho não está a ser cumprido”.
“Já reunimos com a ACT – denunciámos algumas empresas –, reunimos com a Segurança Social, mas o facto é que não temos visto resultados”, disse o coordenador nacional da FECTRANS.