Quando era criança os seus pais deixavam-no ter animais de estimação?
Sim, fui encorajado a manter animais de estimação e tive imensos. Tive 19 porquinhos-da-índia e criei tantos que abasteci o Jardim Zoológico de Oxford com o meu excedente. Puseram-nos num expositor especial, o que me agradou.
Tive 200 sapos no jardim, que viviam e se reproduziam no lago.
Tive tartarugas, tritões, ratinhos brancos, ratos do campo, coelhos selvagens, coelhos domesticados, um papagaio cinzento africano, cobras de água, lagartos, gatos e cães. A certa altura até tive uma coleção de raposas amestradas e queria juntar as suficientes para podermos perseguir os cães de caça à raposa.
Por que foi estudar zoologia quando já era um artista suficientemente reconhecido para fazer uma exposição com Miró?
Quando eu estava no colégio interno tinha duas paixões que se mantiveram para o resto da vida: animais e arte. Na adolescência o meu interesse pelos animais foi abafado pelo meu interesse no surrealismo. Comecei a pintar furiosamente no meu ateliê, criando literalmente centenas de quadros. Fiz a primeira exposição em 1948 quando tinha apenas vinte anos e outra, com Miró, em Londres, em 1950, quando tinha 22 anos. Mas não conseguia vender as pinturas e, como tinha de ganhar a vida, virei-me para a minha outra paixão – estudar o comportamento animal – e fui para a universidade para estudar zoologia.
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