Pelo menos nove pessoas foram mortas e 27 ficaram feridas num tiroteio em Dayton, no Ohio, na madrugada de domingo. Segundo as autoridades, o responsável terá sido Connor Betts, um estudante de psicologia de 24 anos. Betts estava mascarado e equipado com um colete à prova de bala, tendo aberto fogo com uma espingarda de calibre .223. Seria abatido pelas autoridades “em menos de um minuto”, à porta do bar Ned Peppers, em East 5th Street – uma zona popular pela sua vida noturna. Entre as vítimas de Betts estava a sua própria irmã, Megan, de 22 anos, com quem vivia.
Menos de 24 horas antes, 20 pessoas tinham sido mortas e 26 feridas num massacre num Walmart, em El Passo, do outro lado do país, perto da fronteira com o México. O governador do Texas, Greg Abbott, afirmou que se tratou de “um dos dias mais mortíferos na história do Texas”.
O massacre de El Paso terá sido levado a cabo por Patrick Crusius, de 21 anos, detido logo após o incidente. Crusius reside em Allen, em Dallas, a mais de 1000 quilómetros de El Passo. Foi gravado a entrar no supermercado com proteções nos ouvidos e apontando uma arma semelhante a uma AK-47, na manhã de sábado. “As pessoas estavam em pânico”, disse à Reuters Kianna Long, que estava às compras com o seu marido. “Estavam a correr curvados, junto ao chão, estavam a atirar-se para o chão”, acrescentou.
Outra testemunha do massacre, Glen Oakley, contou à CNN: “Uma criança entrou a correr e disse que havia um atirador, mas não liguei, era um miúdo pequeno”. Após ouvir tiros, Oakley viu várias crianças sem os pais, desorientada e as chorar. “Peguei numa série delas, outro tipo também, fugimos a correr”, afirmou.
Ódio racial A justiça norte-americana está a tratar o ataque El Paso como um um caso de terrorismo doméstico – que pode levar a uma pena de morte – tendo a polícia afirmado que está a investigar o caso como crime de ódio. Após ser detido, Crusius disse que o objetivo era “matar o maior número possível de mexicanos”. Minutos antes do ataque, terá publicado um manifesto antimigração, com o título “Uma verdade inconveniente”. O documento foi divulgado na plataforma 8-chan, recheada de conteúdo racista, e refere em tom elogioso o atirador de Christchurch, na Nova Zelândia, que matou 51 pessoas em duas mesquitas.
O racismo também esteve por de trás do ataque a um festival gastronómico, em Gilroy, na Califórnia, no dia 28 de julho, onde foram mortas três pessoas e 15 ficaram feridas. Antes do crime, o atirador, Santino William Legan, de 19 anos, publicou um comentário no Instagram, questionando: “Porquê atulhar as cidades e abrir mais espaço para as hordas de mestiços e idiotas brancos de Silicon Valley?”. Também recomendou a leitura de um livro considerado misógino e apologista da supremacia branca. Legan disparou uma espingarda semelhante a uma AK-47, sendo abatido poucos minutos depois. Mas não antes de matar duas crianças hispano-americanas, Stephen Romero, de 6 anos, e Keyla Salazar, de 13, bem como Trevor Irby, um afro-americano de 25 anos.