“Serviços mínimos estão a ser cumpridos com pistola apontada à cabeça pelos senhores ministros”

“Aos poucos, os postos de abastecimento vão ficar vazios”, considerou Pedro Pardal Henriques

Depois de o Governo decretar a requisição civil na última segunda-feira, o vice-presidente e advogado do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, afirmou, esta terça-feira, que os serviços mínimos estão a ser cumpridos com uma “pistola apontada à cabeça”, lançando assim uma farpa ao Executivo de António Costa.

"Os serviços mínimos foram cumpridos ontem e hoje estão a ser cumpridos. A única diferença é que ontem foram cumpridos de forma normal, hoje continuam a ser cumpridos com uma pistola apontada à cabeça pelos senhores ministros que vieram dizer que ou estas pessoas trabalham ou então podem incorrer em pena de prisão até dois anos", disse o advogado, em declarações à TVI24, neste que é o segundo dia de greve dos motoristas.

Recorde-se que o  Governo decretou na segunda-feira uma requisição civil dos motoristas em greve para assegurar o abastecimento da Rede de Emergência, aeroportos, postos servidos pela refinaria de Sines e unidades autónomas de gás natural. A decisão foi tomada depois de os serviços mínimos terem deixado de ser cumpridos.

"As escalas são feitas pelas empresas, o sindicato não teve acesso às escalas. O que prejudicou foi o facto de estas pessoas só trabalharem oito horas, metade do que é habitual (…) todos os serviços mínimos foram cumpridos e se existem trapalhadas na organização a culpa não é dos sindicatos. Não nos enviaram as escalas, escalaram 100% dos trabalhadores como se não houvesse greve", afirmou.

Esta terça-feira, Pedro Pardal Henriques garante que todos os trabalhadores se encontram a trabalhar. "Estão 100% dos trabalhadores a trabalhar", afirmou o porta-voz do SNMMP.

“Neste momento, o que se passa é uma greve de zelo e o Governo é conivente", afirmou, explicando ainda que os motoristas não irão fazer horas extraordinárias, estando apenas a cumprir as oito horas regulamentares de trabalho.

"Isto quer dizer que fazem cerca de metade das horas normais (…) é normal que os serviços mínimos representem metade do serviço normal", disse.

O responsável referiu ainda que “aos poucos, os postos de abastecimento vão ficar vazios".

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