O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) vai manter até terça-feira, tal como foi definido inicialmente. "Já se conseguiu em algumas empresas esclarecer algumas cláusulas, mas vamos manter a greve até às 24h00 de terça-feira" avançou, à agência Lusa, o coordenador sindical José Manuel Silva. O dirigente explicou igualmente que concordam com "o acordo para o aumento a partir de janeiro" e consideram "que, relativamente a 2021 e 2022, há tempo para negociar": aquilo que preocupa o STRUN são "quatro cláusulas que não estão a ser bem entendidas e algumas que têm de ser retificadas".
Silva realçou também que uma das maiores dificuldades tem que ver com as empresas que incluem "nas 45 horas de descanso obrigatório" o descanso adicional previsto por cada domingo passado a trabalhar fora de Portugal. O sindicalista frisou que há complicações devido ao facto de a lei ter deixado de prever que, a partir dos 50 anos, os motoristas possam deixar de fazer deslocações internacionais. Para além disto, há empresas que "todos os dias colocam os trabalhadores a fazer horas extra", quando, "num período de quatro meses, estão previstas oito horas extra no máximo".
Recorde-se que, no passado dia 31 de julho, a ANTRAM comunicou que o pré-aviso de greve do STRUN "viola, em vários artigos, o Código do Trabalho", sendo que divulgou que os trabalhadores que aderissem à mesma poderiam "vir a ser sujeitos à aplicação do regime de faltas injustificadas, podendo constituir infração disciplinar e determinar a obrigação de indemnizar pelos danos causados nos termos comuns da responsabilidade civil".
Sublinhe-se que a greve do STRUN engloba cerca de mil motoristas de mercadorias do Norte e teve início às 00h00 de segunda-feira nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real.