A campanha oficial para as eleições regionais da Madeira só arranca oficialmente no dia 8 de setembro, mas todos os partidos já estão na estrada em período de pré-campanha para o ato eleitoral que se realiza no dia 22 de setembro. A ordem entre as várias forças políticas é a de tirar a maioria ao PSD.
Ao todo concorrem 17 forças políticas ou coligações, mais cinco do que há quatro anos. Assim, a propensão para a dispersão de votos pode ser maior, e, ao mesmo tempo, obrigar alguns partidos, designadamente, o PSD, a fazer o discurso de apelo ao voto útil.
Os sociais-democratas já assumiram que pretendem lutar pela maioria absoluta, obtida há quatro anos com apenas mais um mandato, mas têm o PS à perna com uma forte aposta – e empenho – do PS nacional para tentar destronar os sociais-democratas ao fim de mais de 40 anos no poder. Pelo caminho, o CDS tenta ser o fiel da balança, mas insiste que é a alternativa tanto ao PSD como ao PS. De realçar que os democrata-cristãos assumiram o papel de maior partido da oposição em 2015, no arquipélago, com sete mandatos assegurados.
Entre os sociais-democratas, a fórmula para resistir e manter o poder é o toque a rebate. Por isso, não é de estranhar que hoje entre em cena, mais uma vez, o antigo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim. O ex-líder regional estará presente na apresentação dos candidatos numa cerimónia no Funchal, ao lado do líder do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque. Mais, Jardim fará campanha sempre que a direção regional do partido o solicitar.
O PS, que aposta em Paulo Cafôfo, tem feito, por seu turno, o discurso de que é único em condições de ser a alternativa de governo. Dito de outra forma: aposta tudo no apelo ao voto útil.
O Bloco de Esquerda concorre com a expectativa de ter mais votos – obteve dois mandatos em 2015– porém, não arrisca fazer a leitura de que os bons resultados nacionais podem ter tradução na Madeira. O objetivo é “impor linhas programáticas a uma nova maioria” que não seja do PSD, disse ontem Paulino Ascenção, cabeça-de-lista do BE, citado pela Lusa. Assim, a meta é tirar a maioria aos sociais-democratas. A ideia também é defendida por partidos que estão nos antípodas do BE, como o CHEGA, o PNR, mas também o PDR. As contas fazem-se dentro de um mês.