Segundo a associação de combate ao abandono de animais Animalife, que cita dados publicados pela DGAV (Direção Geral de Alimentação e Veterinária), só no ano passado os Centros de Recolha Oficial (CRO) receberam mais de 36.500 animais, um número inferior aos 40.674 que foram recolhidos no ano anterior, mas que segundo a associação “está longe de refletir a totalidade das situações de abandono em Portugal”.
“Há muitos animais que são deixados diretamente às portas de associações de apoio animal, de clínicas veterinárias ou até mesmo na rua, e que não entram para esta estatística”, garante a Animalife num texto publicado no seu site oficial.
Para a associação “é também difícil perceber se a diminuição no número de animais recolhidos pelos CRO se traduz em menos abandonos ou se, por outro lado, significa que os centros, agora impedidos por lei de realizar abates, estão a chegar ao limite das suas capacidades e, por isso, a retirar da rua menos animais”.
A Animalife defende que o problema do abandono de animais se combate ao atuar nas suas causas, sendo que Portugal não existem estudos sobre os motivos que levam as pessoas a fastar-se dos seus cães e dos seus gatos. A associação acredita que as razões não serão muito diferentes da realidade que se verifica em Espanha, onde existem dados sobre o tema.
As principais causas que levaram os donos a entregar os seus animais de estimação em abrigos de proteção animal são: as ninhadas não desejadas, o fim da época da caça, fatores económicos e o comportamento do próprio animal.
É nesse sentido que a Animalife procura atuar, tendo desenvolvido três programas de apoio, dedicados “a famílias carenciadas, a pessoas em situação de sem-abrigo, a associações e grupos de apoio animal”, para que “todos possam manter os seus animais em condições de vida dignas”.
Atualmente, a associação consegue “dar apoio a cerca de 250 entidades de apoio animal e a mais de 700 pessoas em situação vulnerável, num universo de mais de 2.400 animais ajudados”.