O número total de utentes, seguidos nas unidades locais responsáveis pelos cuidados especializados em Comportamentos Aditivos e Dependências (CAD), reduziu no ano passado: registaram-se 13.422 para problemas ligados ao álcool (13.828 em 2017) e 25.582 para outras substâncias psicoativas (27.150 em 2017). Os dados são do Relatório Anual de Acesso aos Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS [Serviço Nacional de Saúde] e Entidades Convencionadas e, nesse documento, é possível ler que "os números de novos utentes e de utentes readmitidos nos CRI [Centros de Respostas Integradas] contraria esta tendência, evidenciando acréscimos quer no que concerne aos Problemas Ligados ao Álcool (PLA), quer relativamente a utentes com morbilidade associada ao uso de outras substâncias psicoativas ilícitas (OSPA)”.
Em 2018, foram acompanhados 3.403 novos utentes para problemas relacionados com o álcool (3.352 em 2017) e readmitidos 1.202 (1.047 no ano anterior), sendo que naquilo que diz respeito às substâncias psicoativas foram acompanhados 1.858 novos casos (1.769 em 2017) e readmitidos 1.603 (1.538). No relatório, são realçados os programas em curso para dar resposta nas variadas áreas de intervenção – Prevenção, Redução de Risco e Minimização de Danos, Tratamento e Reinserção – como o Programa de Troca de Seringas, que permitiu a troca de mais de 58 milhões de seringas até ao ano passado: "tem sido assegurada a distribuição de material esterilizado e a recolha e destruição deste material utilizado em diferentes zonas do país" é possível ler no site oficial do SNS.
Para além deste programa, os de Substituição de Heroína por Metadona também foram evidenciados por terem "um papel fundamental na diminuição dos consumos e a aproximação dos utentes aos cuidados e aos profissionais de saúde". Através da consulta da plataforma do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, é possível verificar que "destinam-se a promover a redução do consumo de heroína por via da sua substituição por metadona, a ser dispensada através de programas de grande acessibilidade, sem exigência imediata da abstinência e em instalações adequadas para o efeito, fomentando o aumento e regularidade dos contactos do consumidor com os profissionais de uma equipa socio sanitária, podendo concorrer, nomeadamente, para futura abstinência".
Naquilo que concerne aos números, é igualmente importante referir que, no ano passado, foram seguidos, nos CRI, 2.728 crianças e jovens em risco: 1.242 novos casos (1.319 em 2017) e 165 readmitidos (182) e os episódios de internamento nas unidades de desabituação "baixaram em 2018 para 1.251, dos quais 630 relativos a pessoas com problemas ligados ao álcool e 613 relacionados com outras substâncias psicoativas ilícitas".