"De modo a assegurar a instalação do referido hospital", o qual “está incluído no [seu] plano de expansão em curso”, o grupo Trofa Saúde interpôs uma ação judicial junto do Tribunal Judicial da Comarca de Braga. Esclarecendo que o plano de expansão se manterá "inalterado" e que a abertura de "um hospital privado diferenciado, com cuidados de saúde de inegável qualidade", no Porto, encontra-se garantida, a administração do grupo deixou claro que a unidade hospitalar constitui "um projeto estratégico" e "de fundamental importância" para a freguesia da Campanhã sendo que este é o principal motivo para a construção do hospital.
Na semana passada, a agência Lusa constatou que, na Avenida 25 de abril, "as obras de construção do edifício continuam e que os trabalhadores não tiveram nenhuma indicação para suspender a mesma". Por outro lado, o diretor-adjunto da obra disse que "não foi dada nenhuma indicação para parar com a construção" adiantando que a instalação da estrutura de betão armado no edifício já está a ser concretizada. No entanto, no dia 23 de agosto, o Jornal de Notícias (JN) revelou que havia existido a desistência perante a obra devido a "um desacordo quanto ao custo da obra" entre a construtora – o Grupo ABB – Alexandre Barbosa Borges – e o Grupo Trofa Saúde. "Dono de 14 hospitais, sobretudo na região Norte, o grupo de António Vila Nova já não vai ocupar o gigante edifício, em fase final de construção, que se ergue na zona oriental do Porto, num investimento que estava orçado em mais de 70 milhões de euros" podia ler-se no artigo publicado pelo JN.
O edifício, com uma área de construção superior a 31 mil metros quadrados, conta com duas estruturas já erguidas – uma das quais com 13 pisos que deverá ser concluída a 8 de fevereiro do próximo ano. Sublinhe-se que o JN avançou igualmente, com base em fontes próximas do processo, que o edifício poderá ser "convertido em hotel". A Lusa contactou a Câmara Municipal do Porto e esta entidade explicou que nunca recebeu "qualquer registo de pedido de alteração ao processo licenciado para o local". Já o presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, Ernesto Santos, afirmou que tinha conhecimento da situação porque o hospital encontra-se "muito perto da Junta".